CI

Produtor do Sul terá crédito de R$ 300 milhões

Roberto Rodrigues afirma que a verba servirá para socorrer cooperativas de agricultores prejudicadas pela seca


O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, anunciou ontem (28-03) a criação de linha de crédito de R$ 300 milhões para socorrer cooperativas de agricultores prejudicadas pela seca que atinge o Sul. O governo também adiou o pagamento de financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas, no valor total de R$ 3,5 bilhões. Os produtores afetados pagarão as parcelas deste ano depois de quitada a última prestação.

Também está no pacote do governo R$ 1 bilhão em ajuda direta às famílias voltadas para a agricultura familiar. O dinheiro está sendo usado para comprar cestas básicas, entre outras providências. Somadas todas as ações do governo para ajudar produtores rurais, o apoio oficial chega a R$ 4,8 bilhões em alongamento de dívidas, financiamentos e auxílio direto à agricultura familiar.

O financiamento de R$ 300 milhões será dado aos cooperados que compraram insumos de cooperativas e não têm como pagá-las por causa da perda da safra. O dinheiro será repassado pelo BNDES, que poderá dispor de recursos próprios ou de dotação do Tesouro. A linha de crédito, que ainda depende da aprovação da Fazenda, será destinada aos produtores de municípios que decretaram estado de calamidade pública em razão da prolongada estiagem no Sul -a maior parte do Rio Grande do Sul, que enfrenta a pior seca em 40 anos.

Rodrigues classificou como "um desastre gravíssimo" a situação do agronegócio no país, que só não está sendo mais afetado porque produtos como café, cana-de-açúcar, carnes e suco de laranja têm preços elevados.

Segundo o ministro, é possível que a safra de grãos deste ano fique menor ainda do que o estimado pela Conab -119 milhões de toneladas. A previsão inicial era colher 132 milhões de toneladas.

Ele acredita que a cifra poderá ser até 3 milhões de toneladas inferior à estimativa atual. O motivo é o atraso no cultivo da safrinha de milho em razão da seca, que começa a ser plantada só agora. "Temos um cenário muito ruim para cinco produtos [soja, milho, trigo, arroz e algodão]. Essa queda, porém, não significa um desastre para o agronegócio. Outros setores vêm apresentando resultados positivos. O agronegócio como um todo não está em crise. O que há é uma crise localizada e gravíssima nesses produtos", disse Rodrigues, em entrevista após participar do 5º Seminário Internacional do Café, no Rio.

Nos casos de arroz, algodão e trigo, o excesso de oferta fez cair drasticamente os preços. Apesar dos problemas, Rodrigues afirmou que a receita de exportações obtida pelo agronegócio se manterá praticamente estável neste ano. Sua previsão é que o país venda de US$ 37 bilhões a US$ 38 bilhões ao exterior, contra US$ 39 bilhões em 2004.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.