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Produtor mostra como goiaba pode ser opção para a propriedade familiar

Agricultor mostra que colheita constante, giro fácil, fluxo de renda contínuo e preço bom têm garantido boa alternativa de diversificação para a região


Agricultor abre porteira da propriedade e mostra que colheita constante, giro fácil, fluxo de renda contínuo e preço bom têm garantido a goiaba como uma boa alternativa de diversificação para a região

Uma propriedade de 12 hectares no interior de Pelotas/RS com pêssego, tomate, uva e uma novidade plantada em 2007 que vem garantindo renda extra à família dona da terra, a goiaba, viu uma movimentação diferente na tarde do último dia 17. O agricultor Ondino Scheunemann abriu as porteiras de sua propriedade para mostrar como o trabalho com a goiabeira vem gerando lucro e sendo uma opção viável de diversificação. Técnicos e produtores rurais da região participaram da “Tarde de Campo da Cultura da Goiabeira” realizada no local.

À Embrapa Clima Temperado, uma das organizadoras do evento, coube expor os potenciais da cultura, aspectos técnicos como mudas, manejo e controle de pragas e apresentar as possibilidades dos produtores agregarem valor à produção através da agroindustrialização.

Já Ondino Scheunemann e sua família contaram a história de seu trabalho e deram um exemplo prático de como a goiaba pode ser uma opção rentável à agricultura familiar da região. “Quando o pessoal da Embrapa e da Emater (do Escritório de Pelotas) vieram com a idéia da goiaba, de que poderia dar certo aqui, a gente duvidou de início. Meu filho até perguntou: ´mas logo goiaba?’”, comenta hoje o agricultor.

A dúvida sobre o potencial da cultura era causada, inclusive, por um dos pontos positivos da goiabeira. A frutífera é espontânea. Pés de goiaba sempre estiveram fincados na maioria das propriedades de forma natural. Praticamente todo agricultor já teve uma árvore no seu sítio, mesmo sem nunca ter trabalhado com a espécie. A dúvida de Mauro Scheunemann, filho de Ondino, vinha justamente do fato de sempre ver goiabeiras, mas não encontrar a exploração comercial.

O trabalho da Embrapa foi mostrar à família como qualificar o cultivo e aproveitar o potencial de geração de renda. A variedade escolhida foi a Paluma. “Em 2007 montamos o primeiro pomar, aumentamos mais um pouco dois anos depois e, em outubro do ano passado, aumentamos ainda mais a área”, relata Ondino.

Hoje, são pouco mais de dois hectares plantados. São 1,5 mil pés de goiaba e dois os grandes atrativos. A colheita constante – uma vez por semana no frio, duas no calor, por no mínimo seis meses do ano – e o giro fácil do produto garantem um fluxo contínuo de renda. E o preço médio de venda de R$ 1,50 por kg elima a ameaça do prejuízo.

“A cultura nossa aqui tem trazido resultado. Desde o primeiro ano, deu bem já. O négocio é bom”, salienta Mauro Scheunemann. “Até janeiro, a gente colhia tomate. Depois a terra ficava parada. A goiaba entrou bem, dá para trabalhar o ano inteiro”, complementa Scheunemann pai. A expectativa é de que, quando os pés estiverem na fase adulta, no seu auge, a produção chegue a 60 kg por planta.

“O objetivo não é substituir o fumo ou o pêssego. A idéia é apresentar uma alternativa, uma opção a mais ao agricultor”, explica o pesquisador Jair Costa Nachtigal. “Nesse enfoque, a goiaba tem trazido ótimos resultados”, complementa.

A crise do fumo é uma forte e inconveniente presença na região. A demanda em queda, a baixa dos preços e os problemas da qualidade da colheita da safra 2010-2011 causam preocupação, já que a cultura é a base econômica de grande parte dos municípios da Metade Sul. “Alguns de meus vizinhos apostaram tudo no fumo, só que agora já estão correndo atrás de alguma outra opção”, exemplifica Ondino.
As informações são da Embrapa Clima Temperado

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