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Produtor pede medidas de apoio ao milho


O plantio das lavouras de milho safrinha e de trigo poderão ser ampliadas no Paraná, dependendo dos resultados da reunião marcada para hoje a amanhã no Ministério da Agricultura, em Brasília. Entre os principais temas do encontro está o estabelecimento das regras de plantio e comercialização desses produtos. A expectativa é de uma sinalização positiva com relação a temas como seguro para o milho, tendo em vista o risco de desabastecimento do mercado interno.

"A perspectiva é de que o governo federal adote medidas de estímulo às lavouras. Com isso, a área cultivada no estado deve crescer ainda mais nessa safrinha, tendo em vista também os bons preços", afirmou Margorete Demarchi, técnica do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão da Secretaria de Agricultura do Paraná. Segundo os últimos levantamentos da entidade, a perspectiva de escassez de milho elevou o preço do grão no estado para o dobro do ano passado, atingindo R$ 21,12 a saca de 60 quilos.

O temor de que possa faltar produto está ligado ao fato de que os produtores optaram pela soja esse ano, reduzindo o plantio de milho. Contribui também a baixa produção dos anos anteriores.

Contratos de exportação

"Existem ainda contratos de exportação de milho, o que contribui para esquentar o mercado", disse Margorete. Assim, a área estimada para essa safrinha de milho deve ser, preliminarmente, 9% maior do que a do ano anterior, passando de 986 mil para 1,17 milhão de hectares, com uma produção estimada em 4,1 milhões de toneladas.

"Há, no entanto, uma certa urgência quanto às definições de Brasília. O milho safrinha é naturalmente uma lavoura de risco e quanto mais tarde o produtor decidir plantar, pior", afirmou. Em maio, o problema que pode ser enfrentado é a estiagem do chamado veranico e, posteriormente, as geadas de junho e julho. De acordo com dados do Deral, da área cultivada prevista para essa safrinha cerca de 10% já foi plantado.

Quanto à safra de milho de verão, as estimativas do Deral são de que 3% das lavouras já foram colhidas. Esse ano-safra, foram cultivados 1,44 milhão de hectares, 4,5% a menos que na safra passada, com previsão de produção de 7,34 milhões de toneladas.

De acordo com os levantamentos técnicos de campo, 87% das lavouras encontram-se em boas condições; 11% em condições regulares e 2% em condições ruins.

Plantio maior

De maneira geral, a safra de verão paranaense deverá registrar um crescimento de 14,5% em relação à safra anterior, chegando a 23 milhões de toneladas. A área plantada é de 6,9 milhões de hectares. A área cultivada com soja no estado do Paraná esse ano foi de 3,5 milhões de hectares, o que representou um crescimento de 8,1% em relação ao plantio da safra anterior. A produção prevista no estado é de 10,5 milhões de toneladas, 11,7% mais do que no ano passado.

De acordo com os levantamentos técnicos, 90% das lavouras de soja estão em boas condições; 9% em condições regulares; e 1% em más condições. As lavouras mais adiantadas são as do oeste, onde foi iniciada a colheita, que deve se intensificar a partir de meados de fevereiro. A colheita começou na primeira quinzena de janeiro. As lavouras mais adiantadas estão nas regiões de Apucarana, Cascavel, Francisco Beltrão e Umuarama.

A cultura do feijão foi a mais prejudicada pelos problemas climáticos. Geadas, chuvas excessivas, baixas temperaturas e estiagem no norte do estado afetaram as lavouras provocando uma quebra de 15 a 20% na produção.

A área plantada com feijão no estado cresceu 5,8%. São 410 mil hectares, com previsão de produção de 404 a 429 mil toneladas.

Ubirajara Alves

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