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Produtor tem muita dívida a pagar em 2007

As dívidas roladas da safra 2005/06 poderão ser quitadas em cinco anos


Mesmo com o otimismo vivido nesta safra diante da boa produção e dos preços da soja, o agricultor terá pela frente uma maratona de pagamentos de dívidas, tanto do custeio e investimento da safra 2006/07 como de dívidas da prorrogação dos dois anos anteriores, prevista no pacote acertado com o governo federal no ano passado.

À época da negociação, os agricultores alegaram que vinham de safras parcialmente frustradas (três, no caso de Mato Grosso do Sul) e não tinha dinheiro para pagar o Banco do Brasil e as revendedoras de insumos agrícolas. Foi definida uma repactuação, que começa a vencer em 2007.

Quem tomou dinheiro emprestado do BB para plantar a atual safra de soja, quitará toda a dívida em cinco parcelas, começando por junho. Até lá a maioria da produção estará comercializada e o produtor com recursos disponíveis para honrar o compromisso.

Neste ano também haverá a amortização das prorrogações, citou o secretário do Sindicato Rural de Dourados, José Tarso Moro da Rosa. Da dívida remanescente da safra 2004/05, o produtor que alongou o débito tem quatro anos pagar, devendo quitar no segundo semestre 16% do saldo devedor.

As dívidas roladas da safra 2005/06 poderão ser quitadas em cinco anos, com a primeira parcela vencendo também em 2007, sendo obrigatória a liquidação de 20% do saldo devedor.

"São vários compromissos que o produtor terá. Esperamos que tenha capacidade de pagar essas dívidas", assinalou o agrônomo Sérgio Miranda, produtor em Laguna Carapã. "Nos últimos quatro a cinco meses, o ânimo do agricultor melhorou. Mas só isso não resolve, porque o endividamento é alto". A soja mantém um patamar acima da média histórica de US$ 10. Na sexta-feira em Dourados foi cotada a R$ 26,50 a saca, no disponível, correspondendo a US$ 12,67, com o dólar comercial fechando a R$ 2,09. Esse cenário de relativo otimismo no mercado é que tem garantindo uma esperança do produtor de se livrar das dívidas, destacou Sérgio Miranda.

O clima tem colaborado também com o milho safrinha, que está com a maior parte da área plantada na região centro-sul do Estado. Se a safrinha tiver os resultados esperados – não sofrendo com problemas climáticos, o agricultor se capitalizará mais um pouco, porque as projeções são de bons preços do grão, devido ao aumento das exportações.

A estimativa é de serem colhidas no País mais de 13 milhões de toneladas de milho na safrinha, e as exportações – calculadas inicialmente em 6,5 milhões de toneladas, alcançem oito milhões, equivalente a 60% do que foi produzido na safra de inverno.

O pagamento do custeio do milho começa em setembro e se estenderá até janeiro. Mas diante das perspectivas positivas das cotações deste grão, o agricultor do sul do Estado – onde se concentram as maiores lavouras de Mato Grosso do Sul, "poderá respirar mais aliviado no momento de pagar as suas dívidas", comentou ontem Miranda.

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