Cerca de 2 mil pequenos agricultores realizaram uma mobilização durante a manhã e tarde de ontem na ponte que liga o município de Marcelino Ramos a Concórdia (SC). O trânsito naquela altura da BR 153 chegou a ficar interrompido por cerca de uma hora, entre 11h 30 min e 12h 30min. Além de servir para a discussão de pleitos dos pequenos produtores, a manifestação marcou um ano de um conflito ocorrido no local, onde 22 agricultores foram presos após confronto com a Polícia Rodoviária Federal. Os integrantes do protesto, liderados pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar na Região Sul (Fetraf-Sul), instituíram o 8 de maio como o dia de luta da agricultura familiar. Para simbolizar a data, uma placa foi firmada no local.
Durante a tarde, uma pauta de reivindicações foi entregue ao secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Valter Bianchini. Segundo o coordenador geral da Fetraf-Sul, Altemir Tortelli, os principais pleitos incluem a instituição de um seguro de renda, a desburocratização bancária e a ampliação dos recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). "Todos os anos os pequenos produtores têm ficado com apenas R$ 2 bilhões do Pronaf. Este ano queremos que pelo menos R$ 5 bilhões sejam destinados a esses trabalhadores", aponta Tortelli. Maiores recursos para a habitação rural, previdência social e formação de agroindústrias também estão na pauta da Fetraf.
Na próxima semana, os produtores estarão reunidos no Paraná para discutir aspectos da previdência. Entre os dias 21 e 23, a Fetraf realizará um seminário para debater a educação rural. Nos dias 29, 30 e 31, na última mobilização do mês, o assunto debatido será a reestruturação fundiária.