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Produtores de algodão do Brasil garantem vitória contra os EUA na OMC

O país ganhou o direito de aplicar sanções financeiras


Produtores de algodão do Brasil garantiram mais uma vitória contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio. O país quer o fim dos subsídios à cultura e agora ganhou o direito de aplicar sanções financeiras. A decisão foi tomada na segunda-feira, na sede da OMC em Genebra, na Suíça.

Há sete anos o governo brasileiro e os produtores de algodão pedem uma punição para os Estados Unidos pela concessão de subsídios aos produtores americanos, e na segunda-feira (31-08) a Organização Mundial do Comércio anunciou a decisão que permite ao Brasil recuperar as perdas que sofreu ao longo dos anos.

O governo brasileiro calculou o prejuízo em US$ 2,5 bilhões e meio, mas a OMC considerou que as perdas são menores, e concedeu o direito ao Brasil de retaliar a importação americana no ano que vem em até US$ 800 milhões. A decisão vale para produtos, serviços e propriedade intelectual, o que permite a quebra de patentes.

A decisão da OMC foi comemorada pelo Itamaraty. “É uma decisão em um processo que se arrasta há vários anos, e é a quarta decisão nesse processo que dá razão ao Brasil. O montante final garantido ao Brasil para as retaliações é o segundo maior concedido a um país”, comentou o Embaixador Pedro Carneiro.

O setor considera a decisão da OMC uma importante vitória. Ainda assim, os produtores brasileiros mais prejudicados com os subsídios americanos não deverão receber benefícios imediatos.

“O setor produtivo espera que o governo brasileiro use desse direito que lhe foi dado, exatamente como uma pressão para a retirada dos subsídios. O que interessa para o setor produtivo é a retirada dos subsídios, para que possamos trabalhar em pé de igualdade com os americanos”, explicou Haroldo Cunha, presidente da Abrapa, Associação Brasileira de Produtores de Algodão.

O governo brasileiro ainda não confirmou se aplicará as sanções aos Estados Unidos.

O Ministério da Agricultura vai sugerir na Câmara de Comercio Exterior uma lista de produtos e serviços que poderão ter aumento na tarifa de importação. A proposta do ministro Reinhold Stephanes é reverter a receita obtida com as retaliações para programas de melhoria da produtividade do algodão brasileiro.

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