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Produtores de ovelhas Booroola debatem a introdução da tecnologia

Reunião serviu para dar encaminhamento para o processo de certificação dos ovinos portadores do gene


Produtores de ovinos da metade sul do Estado estivera reunidos na terça-feira (13-06) na sede da Embrapa Pecuária Sul, em Bagé, para trocar experiências sobre a introdução do gene Booroola em seus rebanhos. A reunião, organizada pela Embrapa e com apoio da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO), Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) do Estado e Emater/RS, também serviu para dar encaminhamento para o processo de certificação dos ovinos portadores do gene, garantindo maior segurança para a comercialização destes animais. A decisão tomada foi que estas quatro entidades prosseguirão discutindo a forma de proceder a certificação, sendo que a Seapa, por meio do coordenador do Programa de Ovinocultura, José Galdino Garcia Dias, já se comprometeu a disponibilizar seus técnicos para a coleta de material dos animais nas propriedades rurais.


O gene Booroola propicia aos ovinos uma maior prolificidade, ou seja, a possibilidade de nascimentos múltiplos por ovelha, que consegue gerar gêmeos, trigêmeos e até quadrigêmeos a cada parto. O gene, que é natural, foi identificado em ovelhas da raça Merino na Austrália e trazido para o Brasil por pesquisadores da Embrapa Pecuária Sul na década de 1980. A partir dos estudos realizados no Centro de Pesquisa, o gene foi introduzido em ovelhas, quando se verificou o potencial de duplicar o número de cordeiros desmamados por ovelha acasalada numa mesma área. Por volta de 2004, uma parceria com oito produtores proporcionou o início da criação comercial de ovinos com gene Booroola, disseminando a tecnologia a outras propriedades.

Na reunião, estiveram presentes quatro dos oito produtores que introduziram o gene em seus rebanhos. De acordo com o produtor Davi Martins, de Santana do Livramento, a produtividade nos animais que possuem o gene dobrou desde a sua introdução. “Além do aumento da produtividade, outra vantagem que vejo com esta tecnologia é o estímulo que ela traz aos produtores, principalmente quando ele percebe que o seu trabalho se traduz em maior produção”, ressaltou. Já outro produtor, este chamado de segunda geração por utilizar carneiros adquiridos daqueles primeiros criadores, Antonio Silvano de Oliveira, de Pedras Altas, também considera a tecnologia muito promissora para aumentar a renda dos criadores.


Para o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, José Carlos Ferrugem Moraes a tecnologia já mostrou que é viável, cumprindo seu objetivo que é aumentar a produtividade na criação de cordeiros para abate. Porém, o pesquisador ressalta que a adoção da tecnologia dispende mais trabalho para o produtor e um maior cuidado com o manejo, para evitar a morte de carneiros antes do desmame. “Agora precisamos dar o próximo passo que é termos meios de certificar os animais portadores do gene com o objetivo de regular o mercado e agregar valor aos produtores que tenham ovelhas Booroola”, afirmou Ferrugem.

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