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Produtores decidem reduzir oferta de boi no Mato Grosso

Cerca de 1,8 mil pecuaristas do Mato Grosso decidiram reduzir a oferta de bois aos frigoríficos estaduais


Cerca de 1,8 mil pecuaristas, das principais regiões pecuárias, de Mato Grosso decidiram, de maneira unânime, reduzir a oferta de bois aos frigoríficos estaduais e ainda, querem retomar a comercialização com indústrias de outros Estados. Baseado no exemplo de Goiás, onde a oferta caiu em cerca de 30% a 40%, em menos de um mês, o objetivo é segurar o preço da arroba - atualmente em R$ 50 - e tentar obter, para entressafra, rentabilidade à atividade.

Além de comercializar o estritamente necessário, o setor referendou algumas proposições da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), com desdobramentos imediatos, e também a médio e longo prazos.

Entre as aprovações está a implantação, de forma regionalizada, das centrais de comercialização de animais, CentroBoi, para formar volume e barganhar preços, formar cooperativas para abate, objetivando a locação, compra ou construção de um frigorífico, reivindicar junto ao Estado a redução na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de 17% para 3%, para vendas fora de Mato Grosso e buscar entendimento dentro cadeia, por meio de discussões em grupo "tripartite", pecuaristas, frigoríficos e distribuidores.

Durante a terceira reunião do Fórum Permanente da Pecuária de Corte, realizada ontem, no pavilhão de eventos da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), pecuaristas e lideranças do setor, como o presidente do Fórum, Antenor Nogueira e o presidente da Comissão Nacional de Agricultura da Câmara dos Deputados, Ronaldo Caiado (PFL/GO), discutiram problemas e propostas.

Para um proprietário de frigorífico do interior do Estado, o enxugamento da oferta "é válido e salutar, pois disciplina o mercado. Se houver esta redução, ao contrário do que muitos pensam, também será benéfica para as indústrias, o este setor vai ganhar com esta postura".

O presidente da Acrimat, Jorge Pires de Miranda, frisou que queria, deste a elaboração do encontro, "sair dele com soluções e partir para um diálogo franco, como está referendado".

O MOMENTO - Nogueira explica que hoje existe uma falta de sintonia muito grande com a indústria. "O setor produtivo não consegue sentar com a indústria, a indústria não quer sentar com o setor produtivo. Quando há esta dificuldade, fica praticamente impossível trabalhar. Quando os elos não sentam para discutir seus problemas - que são 90% comuns -, quando não sentam na mesa fica difícil, vira torre de babel. Toda essa desorganização está refletida na nossa cadeia, neste momento", resume.

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