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Produtores iniciam colheita da soja com poucas expectativas

A previsão de colheita deste ano está abaixo do que foi no ano passado



A paisagem rural de Toledo começou a modificar. O tempo firme favorece os produtores que já iniciaram a colheita da soja. No campo, máquinas e caminhões tomam conta das propriedades em busca do grão.

Na propriedade do Lautério Massing, em São Luiz do Oeste, os trabalhos começaram na última terça-feira (06,02). As primeiras sojas plantadas já foram colhidas, mas a colheita de dez alqueires não foi tão boa. “O que estamos colhendo agora é a soja que adoeceu por conta do excesso de chuvas, tivemos uma média de 50 sacas por hectare”, comenta.

A previsão de colheita deste ano está abaixo do que foi no ano passado, quando o produtor Massing teve uma produtividade média de 70 sacas por hectare. No total ele tem 300 alqueires com soja e a previsão é colher 30% a menos do que em 2017. “O preço desse ano em relação ao ano passado está em torno de 20% a menos, junta a nossa produção que vai cair também, então o cálculo de perdas vai ser grande”, conta.

Além do Lautério Massing outros produtores também estão dissecando a soja, um processo para apurar o grão e antecipar a colheita para poder plantar a safrinha ainda no mês de fevereiro.  

Outra propriedade que já começou a colher a soja é a fazenda onde Luiz Carlos Tempass administra os trabalhos e que fica próxima a Toledo. Em cima do trator ele acompanha a primeira colheita e lamenta que a produtividade não vai ser o que estava esperando. “Vamos torcer para dar uma boa produtividade, mas a doença judiou bastante. Primeiro veio o excesso de chuva e depois muita doença”, conta ao lembrar da ferrugem asiática, doença que atingiu as lavouras do oeste do estado.

Na tarde da última quarta-feira ele começou a colheita numa área de 15 hectare. No total serão 120 alqueires e espera ter uma produtividade de 150 sacas por alqueires, já contando os prejuízos.

EXPECTATIVAS

Apesar das baixas expectativas dos produtores, a situação pode reverter. Segundo a Secretaria do Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB) a safra da soja 2017-2018 a nível de Núcleo Regional é de 480.820 hectares. A produção estimada inicial era de 1.779.034 toneladas e a estimativa atual passou para 1.654.501 toneladas. Uma margem de quebra de 7%. Se comparado com a safra de 2016-2017 que foi de 1.843.018 toneladas, a região teve uma redução de 10.2%. “Na safra passada tivemos um ano espetacular, colhemos acima do que tradicionalmente acontece na região, que colhe em média 1.6 milhões de toneladas. Esperamos boas colheitas para esse ano também”, conta o técnico do departamento de economia rural da SEAB Paulo Oliva. Ele complementa que na próxima semana os trabalhos no campo vão se intensificar para os produtores entrarem com o plantio do milho.

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