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Produtores poderão fazer queima controlada para evitar a proliferação de moscas-dos-estábulos

Canavial acaba sendo um ambiente ideal para a proliferação das moscas-dos-estábulos


Canavial acaba sendo um ambiente ideal para a proliferação das moscas-dos-estábulos

Os produtores rurais poderão fazer a queima controlada para evitar a proliferação de moscas-dos-estábulos. A Resolução Conjunta entre as Secretarias de Agricultura e Abastecimento e a do Meio Ambiente, publicada no Diário Oficial do Estado no dia 17 de setembro de 2016, prevê a utilização da queima fitossanitária, em caráter excepcional e emergencial, para eliminar materiais orgânicos em decomposição, propícios para a infestação do inseto.

As mudanças no sistema de manejo da cana-de-açúcar provocaram impacto no solo e isso se relaciona principalmente ao aumento da mecanização, o que passou a ser uma preocupação de todo o setor. Com o acúmulo de resíduos agroindustriais, como a vinhaça e a torta de filtro, o canavial acaba sendo um ambiente ideal para a proliferação das moscas-dos-estábulos.

O titular da Pasta de Agricultura, Arnaldo Jardim ressaltou que a medida deverá ser usada em último caso, quando todas as medidas para o controle da praga tenham sido executadas e, mesmo assim, a infestação permaneça. “O governador Geraldo Alckmin nos orienta a fazer uma agricultura harmônica com o meio ambiente e demos um passo importante para o controle fitossanitário, pois o queremos aumentar a produtividade, sem se descuidar da natureza”, comentou.

“Com o fim das queimadas, que serviam como um controlador natural das pragas que afetavam os canaviais, surgiu a necessidade de adotar novas práticas conservacionistas ao meio ambiente, principalmente para controlar a proliferação das moscas-dos-estábulos, que estão afetando os rebanhos, principalmente bovinos, prejudicando a pecuária de corte e de leite”, comentou o secretário.

As condições ideais para o desenvolvimento do inseto são as altas temperaturas, a umidade e a presença de matéria orgânica em decomposição. Apesar de não ter ainda uma solução definitiva, a elevada incidência da mosca-dos-estábulos especialmente na região oeste do Estado - onde o solo argiloso dificulta a infiltração da vinhaça - exige a discussão e a adoção de ações imediatas para evitar possíveis focos de larvas, conforme orientaram os pesquisadores da Pasta durante palestra sobre o tema.

Para o diretor técnico do Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) de General Salgado, Sidney Ezídio Martins, o controle da mosca deve envolver tanto os produtores como os representantes das usinas. “É importante que a vinhaça seja aproveitada como um subproduto, receba tratamento adequado e não seja apenas descartada como um resíduo do processo”, ressaltou

A picada do inseto hematófago causa dor e incômodo, transmite doenças, ocasiona a perda de 15 a 20% de peso do gado e queda de até 60% na produção de leite.

 “O importante é conscientizar o produtor rural de que é preciso eliminar e evitar que os resíduos orgânicos deixados pela colheita da cana-de-açúcar sejam um criadouro do inseto que está afetando os rebanhos, principalmente bovinos, prejudicando a pecuária de corte e de leite”, complementou o secretário.

Nesse sentido, o encontro debateu as novas práticas para promover a conservação do solo e uso da água disponíveis no boletim técnico com recomendações de manejo do solo para o setor canavieiro.

A publicação é resultado dos trabalhos desenvolvidos pelo Grupo Técnico, organizado pela Secretaria de Agricultura, que estudou a razão da proliferação e os prejuízos causados pela mosca-dos-estábulos, propondo essa medida fitossanitária.

Uma das medidas é evitar a aplicação de vinhaça em locais encharcados pela chuva, prevenindo o empoçamento, ou fracionar a lâmina de aplicação de vinhaça, evitando o excesso de umidade na palhada.

De acordo com a publicação, o produtor rural, donos de usinas ou responsável pelas áreas que apresentem condições favoráveis para proliferação da mosca-dos-estábulos deverá solicitar um laudo técnico a uma unidade da Secretaria de Agricultura mais próxima (Escritório de Desenvolvimento Rural, Escritório de Defesa Agropecuária ou Casa da Agricultura), que analisará a necessário de utilização da prática.

Os técnicos das Coordenadorias de Defesa Agropecuária (CDA) e de Assistência Técnica Integral (Cati) terão dez dias, a partir da data do recebimento da solicitação para analisar se a área é indicada para a queima, se foram adotadas medidas alternativas para o controle e se o inseto está causando danos à pecuária local ou à população.

A autorização para a realização da queima fitossanitária será emitida pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), da Pasta do Meio Ambiente, com base no laudo técnico da Secretaria de Agricultura.

Desde 2007, quando foi firmado o Protocolo Agroambiental do setor sucroenergético, a colheita manual da cana-de-açúcar vem sendo substituída pela mecanizada no Estado de São Paulo.

O protocolo foi firmado em defesa do meio ambiente, já que a queima da palha da cana-de-açúcar é uma das grandes responsáveis pela emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.

O protocolo antecipou os prazos legais paulistas para a eliminação da prática da queima, de 2021 para 2014 nas áreas onde é possível realizar a colheita mecanizada e de 2031 para 2017 nas áreas para as quais não existe a tecnologia adequada para a mecanização.

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