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Produtores preparam nova redução na área de plantio

seminário “O futuro do trigo" discutiu problemas na comercialização do cereal


Campo Mourão (PR) - O agricultor Aparecido Demétrio Ferraz plantou 77,44 hectares de tri­­go, colheu uma média de 37,19 sa­­cas/ha, mas ainda não conseguiu vender toda a produção. Na próxima safra, pretende reduzir drasticamente ou até deixar de plantar o cereal. “Não há quem resista a tanta pressão e tantos prejuízos. Se não bastasse o preço ridículo pago pelo mercado, agora o governo quer acabar com todos os triticultores”, critica.

Ele e dezenas de outros produtores participaram, na semana pas­­sada, em Campo Mourão, do seminário “O futuro do trigo”, promo­­vido pela Federação da Agri­­cultura do Estado do Paraná (Faep) em parceira com a Orga­­ni­­zação das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e com o Instituto Agro­nô­mico do Paraná (Iapar). “Es­­tamos discutindo na Faep como contornar um problema que tem se tornado recorrente, que é a questão da comercialização e o seguro agrícola. A princípio, estamos numa encruzilhada”, frisou o economista da Faep Pedro Loyola.

Abbas Ali Ayoub, que cultiva trigo há 35 anos, plantou 43,56 hectares neste ano, colheu uma média 41,32 sacas/ha, mas pretende parar de plantar. “O agricultor não tem bola de cristal para cultivar um tipo de variedade e colher o que o governo quer. Do jeito que está não estamos tendo lucro e ainda vamos ter de arcar com mais prejuízos. Uma coisa é certa, os produtores de trigo vão desaparecer”, reclama. “Não temos variedades para produzir o que o governo quer. Já comprei o adubo, mas, se a nova regra começar a vigorar a partir do próximo ano, não vou mais plantar”, concorda Getulio Ferrari.

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