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Produtores reduzem investimentos nas lavouras


Os produtores de café vão reduzir em 8%, para R$ 5,7 bilhões, os investimentos na próxima safra. Segundo os primeiros levantamentos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a próxima safra de café produzirá entre 27 milhões e 29 milhões de sacas. Na safra anterior, o Brasil produziu 47 milhões de sacas, com investimentos de R$ 6,2 bilhões.

"Não é porque houve redução na safra que temos que reduzir proporcionalmente nossos investimentos. É por isso que temos que pensar na renda dos produtores, pois ninguém investe pensando em perder", disse Oswaldo Henrique Ribeiro, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC).

Os investimentos na safra atual deverão ser destinados para infra-estrutura e maquinário, com o objetivo de melhorar a qualidade do café brasileiro, disse. "Não devemos financiar novos plantios. Nosso parque cafeeiro está adequado", disse Ribeiro. Em sua opinião, se o produtor tiver a renda adequada, a renovação dos cafezais será natural.

Contratos de opção

O setor produtivo da cadeia nacional do café já encaminhou ao governo três ações emergenciais para a atual safra. Recursos para custeio e colheita, inclusão do café nos empréstimos do governo federal (EGF) e o lançamento dos contratos de opção foram as medidas solicitadas ao ministério da Agricultura na última reunião do Conselho Deliberativo de Política Cafeeira (CDPC).

"Os contratos de opção foram fundamentais no ano passado para manter os preços em níveis favoráveis ao produtor. Para este ano, solicitamos ao ministério da Agricultura um preço base de R$ 220,00 a saca", disse Ribeiro.

A Embrapa estima o custo de produção do café em R$ 196/saca.

O ministro da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento, Roberto Rodrigues, afirmou que a tendência da cotação das commodities agrícolas é de queda. Salvo em caso de aumento da demanda, por países envolvidos na guerra ou de um conflito prolongado.

"A tendência é que os preços voltem aos patamares anteriores. O salto de demanda que gerou adicional de preços deve ser equilibrado, não havendo incremento da demanda por causa da redução de produção em alguns países."

O ministro participa do IV Seminário Internacional de Café, no Rio, evento que se encerra hoje.

Consumo mundial

A Organização Internacional do Café (OIC) definiu como prioridade o aumento do consumo mundial da bebida. Segundo o diretor-executivo da OIC, Nestor Osório, o consumo mundial cresce em média apenas 1,3% ao ano. "No ano passado, o consumo per capita caiu em média 10%. Temos que eliminar barreiras alfandegárias e não-alfandegárias para poder incrementar o consumo de café."

Em sua opinião, a iniciativa para eliminar as barreiras comerciais de todos os produtos básicos deveria ser tomada pela Organização Mundial de Comércio (OMC). "O café e grande parte dos produtos primários tem uma participação muito importante nas exportações dos países em desenvolvimento."

No mês de abril, os membros da OIC se reunirão para definir medidas de promoção do café no mercado externo. Segundo Osório, a idéia é definir estratégias diferentes para cada tipo de mercado. "O Brasil tem mostrado uma estratégia muito boa para aumentar o consumo nos países produtores. Um mercado interno forte contribui para regular a oferta e a demanda mundial". O Brasil é o segundo maior consumidor mundial, atrás apenas dos EUA.

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