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Produtos contra alvos críticos aguardam liberação há 4 anos

Situação piora ainda mais a baixa disponibilidade de produtos para tratamento de sementes


“A baixa disponibilidade de produtos para tratamento de sementes demonstra ainda maior vulnerabilidade quando são identificados os alvos biológicos a que se destinam”. A afirmação consta em estudo divulgado pela Abrasem (Associação Brasileira de Sementes e Mudas), ao qual o Portal Agrolink obteve acesso em primeira mão.

A entidade realizou um levantamento identificando “alvos biológicos críticos” para algumas culturas de interesse. Tanto a escolha das culturas quanto dos alvos ocorreu a partir de levantamento com produtores de sementes, produtores rurais, pesquisadores e publicações científicas a respeito do tema.

Segundo a Abrasem, “foram identificados alvos biológicos que apresentam uma ou mais das seguintes características:
    1) Facilidade de proliferação e incidência nas culturas agrícolas de interesse;
    2)  Significativo impacto econômico, tais como: perdas na produção e restrições nas exportações;
    3) Cujo controle se faz necessário em todo o ciclo da cultura;
    4) Alvos biológicos que representam riscos para a saúde humana e animal (exemplo: os riscos causados pelas fumonisinas para a avicultura e suinocultura);
    5) Para os quais o tratamento de sementes é uma importante ferramenta;
    6) Oferta restrita que impossibilita o manejo de resistência ou nenhuma oferta de produtos fitossanitários para o controle do alvo biológico crítico para tratamento de sementes”.

Veja também: Baixa disponibilidade no tratamento de sementes preocupa

“Os alvos e culturas, identificados com tais características são: o fusarium para tratamento de sementes de milho; a Sclerotinia Sclerotiorum para tratamento de sementes de mamão, melão e melancia e a Phakopsora pachyrhizi para tratamento de sementes de soja”, complementa a pesquisa da Abrasem.
 
“Para todos estes alvos biológicos/culturas identificamos produtos fitossanitários para tratamento de sementes aguardando na fila para análise, alguns protocolados desde 2014, bastando o estabelecimento de prioridade das análises toxicológicas, ambientais e de eficácia para que tais ferramentas fiquem imediatamente disponíveis para a agricultura”, lamenta o estudo da entidade.

De acordo com a Abrasem, a fragilidade na disponibilidade de produtos fitossanitários para tratamento de sementes representa um risco para o adequado controle fitossanitário e enseja ajustes para correção desta disfunção, sob a impossibilidade de se praticar a rotação de produtos e o correto manejo de resistência de pragas e doenças: “A disponibilização de produtos para tratamento de sementes é estratégica, por se tratar de tecnologia de fácil execução, baixo custo e reduzido impacto ao ambiente e à saúde, além de apresentar os diversos benefícios demonstrados”.

“Embora a Sclerotinia Sclerotiorum e a Phakopsora pachyrhizi foram priorizadas em outros anos para o registro, por parte do Ministério da Agricultura, não existem produtos para o tratamento de sementes (que fecha o ciclo de controle da praga) para as culturas de mamão, melão e melancia (Sclerotinia) e soja (Phakopsora). Para o alvo biológico fusarium em milho, ainda que tenha produtos registrados, estes são insuficientes para o adequado manejo de resistência”, conclui.

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