Com a finalidade de reverter a acentuada queda do consumo interno de café nos últimos anos, que soma 10% somente em 2002, a Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic), quer melhorar a qualidade do produto vendido para o mercado interno, além de investir em ações de marketing. A meta é aumentar o consumo dos atuais 13,5 milhões de sacas por ano para no mínimo 16 milhões.
Para tanto, executivos e empresários de indústrias e entidades ligadas ao setor encontraram-se, na última quinta-feira, na sede da Federação das Indústrias do estado de Minas Gerais (Fiemg), em Belo Horizonte, para apresentarem dois programas que tentarão efetivar as mudanças e solucionarem a questão. O primeiro, com enfoque na melhoria da qualidade do produto, será o de criação de uma certificação. Já o segundo, denominado Pacic – Projeto de Aumento do Consumo Interno de Café -, investirá em planos de marketing com o intuito de agregar maior valor ao produto e atrair novamente o interesse do consumidor.
Atualmente, a Abic anexa às embalagens dos cafés comercializados o "selo de pureza", garantindo ao consumidor que o produto adquirido é 99% puro. Porém, nada refere à qualidade do mesmo.
"Não podemos perder nossa fatia do mercado como ocorreu no último ano. Estamos tomando as medidas necessárias, até porque, em 2002, tivemos a maior safra de café dos últimos anos, mas o consumo não evoluiu com a produção", diz Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Abic.
Para viabilizar a iniciativa, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) investirá R$ 45 milhões. No entanto, a proposta encaminhada pelo órgão depende da aprovação do Congresso Nacional para ser efetivada, decisão que sairá somente em setembro. "Caso não consigamos a ajuda do governo, teremos que recorrer às torrefadoras e à iniciativa privada. Existe ainda a possibilidade de tentarmos a participação do Banco Mundial", diz.