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Programa para aplicação responsável de agrotóxicos é premiado pela ANDEF

Programa de Aplicação Responsável (PAR) venceu


Desenvolvido através de uma parceria entre Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais e a Dow AgroSciences, o Programa de Aplicação Responsável (PAR) venceu o Prêmio Mérito Fitossanitário 2011, promovido pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF) , na categoria "Boas Práticas Agrícolas".

O PAR realiza ações de extensão com o objetivo de capacitar e conscientizar agricultores, operadores de pulverizador, técnicos e engenheiros agrônomos quanto aos conceitos de responsabilidade na aplicação e sustentabilidade do tratamento fitossanitário, com o intuito de otimizar recursos e reduzir o impacto nos sistemas de produção agrícola.

As atividades do programa aconteceram nos meses de agosto e setembro de 2010, com a realização de 31 “mini” dias de campo, em 28 cidades, distribuídas geograficamente nas quatro principais regiões produtoras do estado do Mato Grosso.

Cada uma ações do PAR envolveu palestras sobre uso de equipamento de proteção individual (EPI) e descarte de embalagens, qualidade na aplicação, aplicações em condições climáticas adequadas, além de atividades teóricas e práticas sobre inspeção periódica de pulverizadores (IPP) e redução do risco de deriva.

A média de participantes foi de 18,5 pessoas por “mini” dia de campo. Mais de seiscentas pessoas receberam o treinamento. “As atividades foram programadas para acontecer com número limite de participantes e os convites foram direcionados apenas para aqueles com envolvimento direto nas aplicações de defensivos”, explicou Ulisses Rocha Antuniassi, professor da FCA/Unesp e coordenador do projeto. “Do ponto de vista da capacitação e conscientização de pessoas diretamente envolvidas com a tecnologia de aplicação de defensivos, o PAR foi um grande sucesso”.

A premiação da Andef atesta o êxito da parceria entre FCA, Fepaf e Dow AgroSciences, como ressalta Valeska De Laquila, responsável da empresa pelas atividades de uso correto e seguro de defensivos agrícolas. “O PAR é uma evolução de vários projetos que já desenvolvemos em conjunto. A premiação da Andef reconhece essas ações e dá mais força para que possamos desenvolver novos projetos”.

Vale lembrar que, para o prêmio, os projetos foram avaliados por representantes de instituições de peso como Ministério da Agricultura, Ibama e Anvisa. “A qualidade técnica do PAR foi um diferencial”, afirma Valeska.
Simulador de deriva

Os temas relacionados com a deriva foram bastante valorizados, notadamente em sua relação com as condições climáticas no momento da aplicação. Em todos os dias de campo foi utilizado o “simulador de deriva”, equipamento desenvolvido pela FCA/Unesp para a Dow AgroSciences, que possibilita simular condições reais de vento e tamanhos de gota das aplicações, de forma que os participantes tivessem a visualização real do efeito do uso de cada tipo de tecnologia (ponta e pressão de trabalho) de acordo com a velocidade do vento no momento da aplicação.

Os participantes puderam interagir com o processo, sugerindo situações de aplicação e avaliando seus efeitos diretos sobre a deriva. “Foi possível reavaliar condições cotidianas de aplicação de maneira controlada durante o treinamento, com o potencial de ver e sentir a deriva”, explica o professor Ulisses. “O processo foi extremamente marcante do ponto de vista didático, trazendo convencimento imediato do efeito das variações da tecnologia de aplicação no risco de deriva”.

A equipe envolvida no programa aplicou questionários, em sistema de pré e pós-teste, com questões objetivas e de múltipla escolha, enfocando aspectos ligados ao conhecimento geral do usuário, além dos conceitos de boas práticas de pulverização e controle de perdas e deriva. O índice de ganho de nota nas questões das avaliações em que o tema foi “condições climáticas e deriva na aplicação” atingiu 77,4%, considerado extremamente positivo pelos organizadores. “Conseguimos chegar onde queríamos”, analisa Valeska De Laquila. “Com o simulador de deriva, as pessoas notaram que algumas atitudes simples podem melhorar muito a qualidade da aplicação”.
IPP

Dentre os objetivos do PAR, esteve o reforço dos conhecimentos difundidos através do programa IPP (Inspeção Periódica de Pulverizadores), em ação desde 1998, reunindo parcerias com a Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso (Aprosoja), a Fundação Mato Grosso (Fundação MT) e Fepaf.

O PAR foi realizado em regiões onde o Projeto IPP já havia realizado campanhas de inspeção em safras anteriores. Enquanto alguns aspectos, como a manutenção das pontas de pulverização, permanecem problemáticos, foram observadas melhorias significativas em vários itens inspecionados, tais como adequação de manômetro, espaçamento entre bicos, funcionamento dos antigotejadores e calibração geral da máquina. “A conscientização repetitiva do público é muito válida como ferramenta para melhorar as condições de trabalho, ajudando na sedimentação dos conceitos de responsabilidade e sustentabilidade nas aplicações”, diz o professor Ulisses. “É preciso incentivar que programas de capacitação e conscientização como o PAR sejam mantidos para amplificar seus efeitos”.

Experiência

Seis alunos de pós-graduação da Faculdade de Ciências Agronômicas participaram ativamente do Programa. O grupo colaborou na montagem das estruturas didáticas, dos equipamentos utilizados nas atividades práticas e nas orientações aos produtores.

A experiência foi considerada enriquecedora. “Foi importante poder conhecer a realidade dos produtores e os problemas que eles têm. Pessoalmente e profissionalmente foi muito bom”, diz o doutorando Alisson Augusto Barbieri Mota. “Tivemos a oportunidade de ir até as propriedades e fazer demonstrações nos equipamentos que eles usam. Isso valorizou o trabalho”, complementa o mestrando Rodolfo Glauber Chechetto.

Os alunos ressaltaram a importância da formação obtida na Faculdade para o desenvolvimento do trabalho. “A preparação que tivemos na FCA foi fundamental para que tivéssemos condições de solucionar os problemas encontrados”, afirmou Rodolfo. “Se não fosse o embasamento que recebemos não teríamos como executar essas funções”, completou Alisson.

As informações são da assessoria de imprensa da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp - câmpus de Botucatu/SP.

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