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Projeção de Fluxo de Caixa dos Produtores Rurais – Safra 2017/18

O Fluxo de Caixa é composto de Entradas de Caixa e de Saídas de Caixa

Com a safra de soja avançando no terço final da colheita, esse Boletim tem o objetivo de divulgar a perspectiva de fluxo de caixa dos produtores rurais na Safra 17/18. Foi definido um “Produtor Padrão” para cada região, perfil que representa um produtor representativo da localidade, em termos de tamanho de área, nível de produtividade e investimento nas lavouras, arrendamento das áreas e matriz de produção.

O Fluxo de Caixa é composto de Entradas de Caixa e de Saídas de Caixa. São considerados:

Entradas de Caixa: Receita Operacional obtida com a comercialização da produção;
Saídas de Caixa: Custo Operacional (insumos e demais despesas), arrendamento (quando houver) pró-labore e linhas de crédito de investimento.

A partir das projeções de entradas e saídas de caixa, é calculado o Índice de Liquidez, que se refere à divisão das entradas de caixa no curto prazo pelas saídas de caixa no curto prazo. Leia-se “curto prazo” aqui como o período correspondente a uma safra. Quando esse indicador é superior a 1,00, isso significa que as entradas de caixa são superiores às saídas de caixa e o produtor está em situação de “solvência” Quando é inferior a 1,00, significa o contrário, ou seja, que as saídas de caixa são superiores às entradas de caixa e que o produtor pode se encontrar em situação de “insolvência”. Obviamente, quanto maior for o Índice de Liquidez, mais confortável é a situação financeira do produtor rural.

As regiões analisadas são as seguintes:

São Desidério – BA

Sorriso – MT

Primavera do Leste – MT

Rio Verde – GO

Londrina – PR

Uberaba – MG

São Desidério - BA

O gráfico 01 abaixo reproduz o fluxo de caixa do Produtor Padrão do município de São Desidério – BA.

Gráfico 01: Fluxo de caixa Produtor Padrão de São Desidério – BA.

Apesar do ótimo desempenho na safra atual, tanto em produtividade como em preços (35% de rentabilidade operacional), os produtores ainda têm dívidas renegociadas relativas à Safra 15/16, quando a região foi afetada com 40% de quebra. Então, o Índice de Liquidez ficou em 1,04.

Sorriso - MT

O próximo gráfico reproduz o fluxo de caixa do Produtor Padrão do município de Sorriso – MT.

Gráfico 02: Fluxo de caixa Produtor Padrão de Sorriso – MT.

Com a alta da soja e do milho nos últimos meses, os produtores estiveram diante de boas oportunidades de negócios na região. No entanto, o alto custo do frete acaba minando grande parte dos lucros, baixando a rentabilidade operacional para 11% e, ao final do balanço, o índice de liquidez acaba ficando abaixo de 1, em 0,99, puxado pelo ganho negativo em quase 10% no milho safrinha. 

Primavera do Leste - MT

O gráfico 03 abaixo reproduz o fluxo de caixa do Produtor Padrão do município de Primavera do Leste – MT.

Gráfico 03: Fluxo de caixa Produtor Padrão de Primavera do Leste – MT.

A soja e o algodão, com rentabilidade operacional acima de 20%, colocam o produtor em posição melhor que o Produtor Padrão de Sorriso. No fim, a rentabilidade é de 20% e o índice de liquidez de 1,08.

Rio Verde - GO

O gráfico 04 reproduz o fluxo de caixa do Produtor Padrão do município de Rio Verde – GO.

Gráfico 04: Fluxo de caixa Produtor Padrão de Rio Verde – GO.

A menor proporção de arrendamento e a soja com ganhos acima de 40% na região conferem ao produtor de Rio Verde uma rentabilidade operacional de 23% com Índice de Liquidez de 1,13, o melhor dentre os municípios analisados da região Centro-Oeste.

Londrina - PR

Gráfico 05: Fluxo de caixa Produtor Padrão de Londrina – PR

Com a soja proporcionando ganhos acima de 70% e o milho acima de 14%, o Produtor Padrão de Londrina apresenta o melhor desempenho dentre os municípios apresentados. Aqui, a rentabilidade operacional chega a 46% com Índice de Liquidez de 1,15.

Uberaba - MG

Por fim, o gráfico seguinte reproduz o fluxo de caixa do Produtor Padrão do município de Uberaba – MG.

Gráfico 06: Fluxo de caixa Produtor Padrão de Uberaba – MG

Nesse município, o milho e a soja possuem rentabilidades de 20 e 37%, respectivamente. No geral, a rentabilidade fica em 32% e o Índice de Liquidez em 1,09.

Comparação das Regiões

O último gráfico demonstra o comparativo do Índice de Liquidez dos Produtores Padrões. Observa-se que toda as regiões, com exceção de Sorriso-MT, apresentam situação de “solvência”, com Índice de Liquidez acima de 1,00. Isso pode ser atribuído principalmente às boas produtividades obtidas na safra nacional. É claro que os preços mais baixos das commodities, como reflexo do próprio sucesso da safra, limitaram os resultados financeiros desses mesmos produtores.

As regiões com logísticas mais favoráveis para o escoamento da safra, como o Sul do país, apresentaram melhores resultados. Já as regiões mais distantes dos portos de exportação, como o Mato Grosso, apresentaram um resultado mais apertado e, até mesmo, ligeiramente negativo. Os produtores do oeste da Bahia também apresentaram um resultado apertado, como reflexo dos passivos obtidos em safras anteriores devido à escassez de chuvas. No entanto, de forma geral, segundo os nossos dados, pode-se considerar a Safra 2017/18 como uma safra positiva para grande parte dos produtores nacionais.

Gráfico 07: Comparativo Índice de Liquidez dos Produtores Padrões – Safra 2017/18

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