Projeto agroflorestal vai trabalhar café na Mata Atlântica
Investimento de banco privado suíço será desenvolvido por startup brasileira
Cerca de 100 hectares de Mata Atlântica na região de Timburi (SP) serão alvo de um trabalho que vai beneficiar o meio ambiente e pequenos produtores rurais de café. Uma iniciativa vai plantar 100 mil árvores , que fixarão mais de 50 mil toneladas de CO2 nos próximos 20 anos e beneficiarão pelo menos 35 famílias diretamente e mais de 200 de forma indireta.
Os recursos, da ordem de R$ 3 milhões, foram anunciados por um banco privado da Suíça, com foco em iniciativas ambientais pelo planeta. O trabalho começa já neste mês e se estenderá por uma período de 18 meses, executado pela startup brasileira Pretaterra, que atua com sistemas agroflorestais regenerativos.
O projeto ainda contará com a participação de outros agentes locais, como universidades, viveiros, as secretarias de meio ambiente dos municípios de Timburi e Piraju, além da Embrapa Solos. A participação de todos será voluntária, após uma seleção baseada em um conjunto de critérios, como motivação em mudar e aprender novas práticas de agricultura regenerativa, além de perfil empreendedor e de liderança.
Os engenheiros florestais, Valter Ziantoni e Paula Costa, que comandam o projeto, explicam que para viabilizar sistemas agroflorestais em larga escala, mantendo sua biodiversidade e complexidade, é necessário estruturar informações, automatizar projetos e padronizar as operações de campo, harmonizando conhecimento científico e natural, floresta e pessoas, alimentos e produção, trabalho e bem-estar. "As agroflorestas de Timburi nascem com o propósito de criar um celeiro de inovação e cultura agroflorestal no estado, tornando-se referência mundial”, conclui Paula.
A agrofloresta é uma solução transversal e uma ferramenta de transição eficaz para a transformação. “Não se trata apenas de uma mudança para uma agricultura mais regenerativa: estamos abordando e testemunhando o nascimento de uma transformação do sistema produtivo atual. Uma agricultura de base florestal é a resposta mais plausível e simples para a maioria dos desafios que enfrentamos como seres humanos. Já sabemos a solução, agora só temos que agir”, finaliza Ziantoni.