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Projeto da Embrapa estuda uso do xisto na agricultura

O uso do xisto poderá reduzir a dependência brasileira por insumos importados


O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Carlos Guedes Pinto, se comprometeu nesta quinta-feira (30-11) a solicitar empenho do seu colega da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, na liberação de uma emenda parlamentar no valor de R$ 4 milhões a serem utilizados no projeto de pesquisa do uso do xisto na produção de insumos para a agricultura.

Pela sua origem orgânica e pela presença em quantidades consideráveis de macro e micronutrientes, além de outros elementos de interesse, a água de xisto, o calxisto, os finos de xisto e o xisto retortado apresentam potencial para serem usados como matéria-prima para a formulação de novos insumos para a agropecuária brasileira.

O Projeto Xisto Agrícola está sendo desenvolvido pela Embrapa Clima Temperado em parceria com a Petrobrás e com o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). O projeto de emenda parlamentar já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e, segundo o deputado federal Eduardo Sciarra, aguarda liberação do Ministério da Ciência e Tecnologia.

O xisto é uma rocha de origem sedimentar formada há 250 milhões de anos pela consolidação de sedimentos, especialmente algas e animais marinhos, incluindo fósseis de mesossauros. Segundo a Embrapa, as pesquisas estão direcionadas para a caracterização química dos subprodutos do processamento do xisto, a formulação de novos insumos agrícolas, a avaliação da eficiência agronômica e da segurança ambiental e alimentar do uso desses insumos em diferentes sistemas de produção e regiões.

Durante reunião com o ministro Guedes em Brasília, o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, João Carlos Costa Gomes, disse que o uso do xisto na agricultura poderá reduzir a dependência brasileira por insumos importados. “O xisto agrícola tem potencial para diversificar a oferta de insumos e fertilizantes orgânicos”, acrescentou.

Entre os experimentos que estão sendo realizados pelo programa está o efeito da água de xisto na germinação de sementes de feijoeiro. Segundo os pesquisadores, as sementes tratadas com água de xisto se desenvolveram mais rapidamente.

A Embrapa está realizando experimentos em quatro áreas (três em Pelotas/RS e um em São Mateus do Sul/PR). Existem 40 formulações a campo sendo testadas, entre as quais nas culturas de soja, milho, arroz, mamona, sete espécies frutícolas e algumas olerícolas. O Iapar, por usa vez, está atuando em 30 propriedades, além de trabalhar na solicitação de reservas de sete patentes, contratação de estudo de mercado e encaminhamento de pedidos para obtenção de estudos de impacto ambiental.

A expectativa dos pesquisadores é de que até dezembro de 2008 comece a entrar em funcionamento a primeira fábrica de produção de insumos desenvolvidos a partir de subprodutos do xisto. Até agora, a Petrobrás investiu R$ 10 milhões no projeto. Visando amparar empresas interessadas em desenvolver produtos do xisto foi criada a Incubadora Tecnológica na Unidade da Petrobrás de São Mateus do Sul, por meio de parceria com empresas públicas e privadas.

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