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Projeto estimula produção intensiva e inovadora de arroz no Suriname

Pesquisa é um projeto de cooperação trilateal


A Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE) e a Embrapa iniciaram em abril um projeto de cooperação técnica com o Ministério da Agricultura do Suriname a fim de realizar ações de pesquisa para o desenvolvimento da cultura do arroz de terras altas, que é cultivado pela comunidade Quilombola.

No Suriname, país da América do Sul que faz divisa com Roraima, o arroz de terras altas é cultivado de forma tradicional pelo povo Quilombola que tem rendimento em torno de 1.000 kg/hectare. No país, a área utilizada pelos agricultores para o cultivo do arroz de terras altas varia entre 1 e 10 m². Além disso, sua utilização não é exclusiva, já que nelas também são produzidas outras culturas como mandioca ou feijão-caupi. Assim, por meio da utilização de técnicas de cultivo como adubação, adequado espaçamento e população de plantas e controle de plantas daninhas, espera-se dobrar a produtividade do arroz no país.

A pesquisa, que possui também suporte financeiro do governo da Nova Zelândia, é um projeto de cooperação trilateral entre Brasil, Suriname e Nova Zelândia e se chama "Apoio ao Melhoramento do Cultivo do Arroz em Terras Altas no Suriname". O trabalho está sendo implementado na estação experimental de Victoria, distrito de Bokopondo, a 150 quilômetros da capital, Paramaribo.

No local, estudos comparam o desempenho de três variedades tradicionais de arroz de terras altas do Suriname (Topi-Topi, Watra Lantie e Koelie Alesi) com quatro brasileiras (BRS Sertaneja, BRS Pepita, BRS Curinga e BRS Esmeralda). Além disso, são instaladas no campo parcelas para avaliar as melhores concentrações de adubação do solo, no que se refere aos nutrientes nitrogênio, fósforo e potássio. Nesse trabalho, especialistas surinameses e brasileiros irão definir até 2017 as melhores alternativas de manejo para as lavouras de arroz de terras altas.

A estação experimental de Victoria está no interior do país, próxima a vilarejos que cultivam o arroz de forma artesanal. A intenção é dar oportunidades aos agricultores locais de terem contato com as técnicas de cultivo que estão sendo propostas e que eles possam adaptá-las, conforme suas necessidades. Assim, o projeto possui também o caráter de pesquisa participativa.

Como primeiras ações do projeto, viajaram para Suriname, no período de 22/04 a 01/05, o pesquisador Adriano Nascente e o técnico em agropecuária Antônio Teixeira, que junto com a técnica do Ministério de Agricultura de Suriname, Sra. Ruby Kromokardi, instalaram os experimentos em Victoria. A época da colheita está prevista para o mês de agosto, quando serão realizadas análises estatísticas para se definir os melhores resultados para o cultivo do arroz no país. Em novembro, serão implantados novos campos para demonstrar esses resultados para a população local.

De acordo com Ruby, a execução desse projeto irá contribuir para que a população que cultiva esse grão tenha condição de aumentar sua produtividade e produzir alimento suficiente para o ano inteiro, sem necessidade de compra de arroz de outras regiões.

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