Projeto estuda impactos da bovinocultura de corte

A economia mundial vem apresentando forte tendência de crescimento dos países em desenvolvimento e grande expansão no mercado de carnes. Em relação à carne bovina, o Brasil é um país-chave para o abastecimento internacional. A expansão da bovinocultura de corte apresenta aspectos positivos do ponto de vista socioeconômico. A pecuária de corte emprega mais de seis milhões de pessoas e contribui anualmente com US$ 5 bilhões para as exportações do país, sem considerar produtos de couro bovino. Entretanto, a expansão da pecuária sobre as áreas de vegetação nativa do Pantanal, do Cerrado e da Amazônia, além da degradação das áreas já utilizadas pode se constituir em ameaça ambiental. Outro agravante é que se multiplicam fora do país, particularmente nos Estados Unidos e na Europa, pressões contra a carne bovina brasileira, com argumentos ligados aos problemas ambientais na cadeia produtiva. Como aumentar a competitividade da pecuária de corte brasileira promovendo o menor impacto ambiental no Cerrado, na Amazônia e Pantanal? Como promover sistemas de produção mais eficientes e com maior retorno social? Qual a exata dimensão dos principais impactos ambientais e como mitigá-los? Quais as estratégias mais adequadas para atingir altos níveis de eficiência econômica associados à preservação ambiental? Essas são algumas das questões a serem respondidas pelo projeto “Avaliação dos impactos ambientais, econômicos e sociais dos sistemas de produção de bovinos de corte no Cerrado, na Amazônia e no Pantanal”, coordenado pela Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O projeto mobiliza uma equipe de mais de 100 pesquisadores de diversas instituições para quantificar os efeitos ambientais, sociais e econômicos dos diferentes sistemas de produção de bovinos de corte na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal. Seus resultados deverão subsidiar a formulação de políticas públicas e programas para o setor visando a promover produção ambiental, econômica e socialmente mais equilibrada. Até 2010, a equipe do projeto fará os levantamentos de campo, organizará as bases de dados e iniciará o desenvolvimento de ferramentas analíticas, baseadas em modelos matemáticos. Em 2011, época da finalização do projeto, serão apresentadas as análises integradas dos dados sociais, econômicos e ambientais com o diagnóstico da situação da bovinocultura de corte nesses biomas e os prognósticos e análises dos impactos ambientais e socioeconômicos, assim como, as alternativas gerenciais. O projeto é dividido em oito projetos componentes, que vão desde a caracterização e espacialização dos sistemas de produção de bovinos de corte, avaliação dos impactos ambientais e socioeconômico dos sistemas produtivos, valoração econômica-ecológica dos impactos da bovinocultura de corte até a modelagem, análise integrada e estudo de cenários dos impactos econômicos, sociais e ambientais dos sistemas de produção de bovinos de corte na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal. As informações são da assessoria de imprensa da da Embrapa Cerrados.