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Projeto incentiva variedade de cultivos entre produtores do MS

Projeto já atendeu cerca de 2.000 famílias em 12 municípios da região sul


Incentivar a diversificação de culturas e consolidar espaço para a sua comercialização pelo pequeno produtor rural. Esses foram alguns dos resultados mais evidenciados na 5ª reunião de avaliação do Territórios da Cidadania Grande Dourados – Produção Agroecológica do MS. O encontro, que ocorreu na segunda-feira, 23, buscou avaliar a atuação do projeto, que já atendeu cerca de 2.000 famílias em 12 municípios da região sul.

Iniciado em 2008 pelo governo federal, o Territórios da Cidadania é, de acordo com o delegado Federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Celso de Arruda "um projeto voltado para a diminuição da desigualdade social das comunidades de baixa renda, como quilombolas e assentados". Para ele, o sucesso da atuação está na "interinstitucionalização do trabalho, que conta não somente com recursos governamentais, mas com a parceria de associações de produtores, universidades, bancos, e entidades privadas". Entre estas entidades está o Sebrae, que "em articulação com o governo federal forneceu aporte de R$ 1 milhão para o desenvolvimento das atividades do Território".

Desde seu surgimento, já realizou na região da Grande Dourados 87 consultorias tecnológicas para grupos de produtores e 39 capacitações. Além disso, foram organizadas caravanas, missões técnicas, dias de campo, criação de rótulos e embalagens. Mas uma das principais ações do projeto, de acordo com o técnico do Sebrae Regional Sul, Vamilton Junior, é estruturar novos canais de comercialização para os produtores conseguirem escoar sua produção.

"As técnicas para produzir eles já dominam. O que é preciso é saber formar articulações e os modos de abordar uma empresa para vender o que se produz". Para mudar essa realidade foram realizadas reuniões com redes de supermercados, prefeituras e programas governamentais de aquisição de alimentos. "Assim, cada participante pode descobrir qual o canal mais pertinente para sua realidade".

Buscar alternativas de produção para escapar da sazonalidade das monoculturas, com um maior valor agregado e custo reduzido foi um dos desafios que levou os participantes do Territórios da Cidadania a apostar em culturas diferenciadas. Gergelim, pupunha e arroz preto são alguns dos exemplos dessa inovação. Mesmo sendo mais trabalhosos que produtos mais tradicionais, o lucro compensa. Vamilton exemplifica: "Nas casas especializadas, meio quilo de arroz preto sai por R$ 15. Quase o dobro do valor de um saco de arroz de cinco quilos".

Além dos cultivos diferenciados, outra maneira de aumentar os lucros dos produtores é investindo na produção orgânica. Na Grande Dourados, 41 participantes que possuem um trabalho mais avançado nessa área foram selecionados para receber uma inspeção de certificação.

Com um pouco de conhecimento do mercado, também é possível identificar as necessidades do cliente e se aproveitar delas. É o que aconteceu com do Assentamento Itamaraty, em Ponta Porã, que teve todo o processo de certificação orgânica subsidiado por uma empresa para que se tornassem seus produtores e fornecedores exclusivos de algodão orgânico.

Para Vamilton, nestes dois anos foi possível notar uma grande mudança no perfil do participantes do projeto. "Das famílias que começaram a trabalhar conosco, hoje só temos 300. Muita gente desistiu, não acreditou nos resultados, foi fazer outra coisa... Mas aqueles que permaneceram já tem uma outra visão. Eles se tornaram verdadeiros empreendedores rurais".

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