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Projeto Lavoura de Resultados beneficia agricultores familiares

Projeto foi implementado pela Emater/RS-Ascar, em parceria com a Embrapa, Massey Ferguson e Syngenta


O produtor Paulo Roberto Soares faz parte do Projeto Lavoura de Resultados há um ano, quando resolveu destinar 12 dos 70 hectares de soja que são cultivados na localidade de Passo da Taquara, em Glorinha, para aplicar a tecnologia de Manejo Integrado de Pragas (MIP). O projeto foi implementado pela Emater/RS-Ascar, em parceria com a Embrapa, Massey Ferguson e Syngenta. 

Na execução do projeto, cabe à Emater/RS-Ascar orientar os produtores para a conservação de solo, o plantio correto de soja, Manejo Integrado de Pragas e Doenças, uso adequado de agrotóxicos, o monitoramento e a avaliação de perdas na colheita. É por isso que, desde o início, o produtor e o extensionista da Emater/RS-Ascar, Paulo da Silva Viegas, acompanham a lavoura, por meio de inspeções semanais, para verificar o número e o tamanho das pragas existentes, assim como o nível de danos já ocasionados em relação ao estágio de desenvolvimento da planta. 

As inspeções foram feitas com o uso do pano de batida, onde o extensionista utiliza um pano de 1 metro x 1,5 metro de largura, de cor branca, que é colocado numa fileira de soja para coletar amostras das pragas e identificar inimigos naturais. O produtor conta que o acompanhamento auxiliou para que ele pudesse agir corretamente conforme a amostragem de pragas e o monitoramento para a tomada de decisão com relação ao controle que é realizado somente quando os níveis críticos de dano (níveis de ação) forem atingidos.

O produtor considerou bom este acompanhamento e resolveu, inclusive, abrir a propriedade para mostrar para outros produtores no último dia 13, quando a Emater/RS-Ascar promoveu um Dia de Campo no local. Segundo o agrônomo da Emater/RS-Ascar, Guilherme Martins Costa, até agora, são percebidos nesta área, como resultados, a diminuição do uso de agrotóxicos no controle de pragas e doenças, o que propicia melhorias na renda do produtor e minimiza o impacto ambiental.

Assim como em Glorinha, outros produtores são parceiros da Emater/RS-Ascar em unidades técnicas demonstrativas do Projeto Lavoura de Resultado em Camaquã, Palmares do Sul e em outros 49 municípios do Estado. 

O assistente técnico estadual (ATE) da Emater/RS-Ascar, Alencar Rugeri, ressalta que o Projeto em hipótese alguma coloca em risco o potencial produtivo da lavoura. "Aliás, segundo resultados já apresentados, muito pelo contrário. A consequência tem sido melhor do que planejamos. Os técnicos têm maior segurança nas orientações e os agricultores estão satisfeitos. É através do conhecimento que se consegue avançar nos sistemas produtivos", ressalta o agrônomo.

Para ele, conforme a necessidade avaliada a partir desse processo de conhecimento interno e visualização dos gargalos de cada propriedade, baseados em diversos fatores, a primeira opção é de não aplicar nenhum tipo de inseticida; a segunda, é a aplicação de produtos biológicos; a terceira, de produtos seletivos e, em último caso então, é indicado o uso de produtos de ação total (que matam as pragas e, inclusive, os inimigos naturais). "Hoje existem muitos produtos que podem ser utilizados, mas a nossa proposta é saber como, quanto e quando aplicar esses produtos para que eles cumpram sua função sem sobrecarregar as plantas, o meio ambiente e sem reduzir a produtividade", complementa Rugeri.

De acordo com Rugeri, o produtor precisa plantar bem, de forma adequada, com um bom tratamento de semente, com uma velocidade de plantio boa e com uso racional de defensivos. "Produtividade nem sempre é sinônimo de lucratividade e, por isso, o produtor precisa de muito planejamento e profissionalismo. Muitas vezes, o produtor acha que as tecnologias vão resolver, mas somente elas não são possíveis. É preciso acompanhamento técnico e periódico, muita informação e conhecimento para que os agricultores utilizem os insumos de forma racional em cada área da propriedade". 

Rugeri afirma que o potencial produtivo da lavoura, que pode ser expressado por uma boa rentabilidade, não depende somente do controle de pragas, mas de diversos fatores, como solo, clima, semente e adubação. Por isso, o projeto baseia-se ainda no acompanhamento do manejo do solo e plantio de qualidade, utilizando-se do potencial das máquinas e, principalmente, cuidando da velocidade de plantio, profundidade de semeadura, umidade do solo, qualidade e quantidade da semente a ser distribuída visando uma população uniforme, aplicação de agrotóxicos de uma forma profissional e consciente, com um volume de calda adequado para cada operação, observando-se fatores ambientais como temperatura, umidade e vento. "Tudo isso para evitar perdas, observando as regulagens necessárias e adequadas para cada período da colheita". 

Para o presidente da Emater/RS, Clair Kuhn, muitos produtores, ainda hoje, não buscam essas informações, ficando à mercê de informações de terceiros, o que pode elevar de forma significativa os custos. "Não podemos seguir a orientação do que o vizinho fez nas terras dele, porque ultrapassou a porteira, atravessou a estrada, já é outra realidade. Cada propriedade é única na soma dos diversos fatores que influenciam a produção e produtividade local", alertou. 

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