Cerca de 14 mil triticultores gaúchos que tomaram crédito de custeio para a safra de 2004/2005 serão beneficiados com a prorrogação dos R$ 50 milhões referentes à parcela de 15 de fevereiro, que será paga em 15 de março. A projeção é do Banco do Brasil (BB) no Estado, que, entretanto, não soube precisar o número de inadimplentes no Rio Grande do Sul.
Nesta safra, o BB liberou R$ 250 milhões em custeio no Estado. De acordo com o gerente de Agronegócios do BB no RS, José Kochhann Sobrinho, "a medida foi adotada devido à situação dos produtores". Entidades representativas dos pequenos produtores consideraram a medida do governo federal paliativa. Elas defendem o alongamento para o fim dos contratos.
As dívidas de custeio somam hoje R$ 84 milhões no país. Desde dezembro, o total de prorrogações chega a R$ 184 milhões, conforme o ministro interino da Agricultura, Ivan Wedekin. Segundo ele, o governo federal optou por negociar o alongamento para dar fôlego aos agricultores. "Os preços estão em queda apesar da pequena recuperação dos últimos dias."
Ontem, um dia após o anúncio do alongamento, o setor também garantiu mais dois leilões de Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) de trigo que foram marcados para os dias 1º e 8 de março. Segundo o diretor do Departamento de Abastecimento da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, José Maria dos Anjos, cada um deles ofertará 70 mil toneladas de cereal gaúcho.
O presidente da Fecoagro, Rui Polidoro Pinto festejou, pois a expectativa era escoar 100 mil toneladas, embora a solicitação fosse de 200 mil t. Polidoro pediu melhores condições de armazenagem à Conab.