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Pulverizador regulado evita perdas

Bico adequado, pressão ajustada e direção correta do jato de gotas reduzem desperdício e produtor economiza


Manter o equipamento de pulverização regulado interfere, de maneira positiva, no bolso do produtor. "O agricultor não esbanja porque são produtos caros, mas é preciso buscar orientação adequada sobre a melhor forma de aplicar defensivos, qual o melhor equipamento para determinada cultura, o melhor momento da aplicação, qual manejo pode ser adotado na cultura para deixá-la mais arejada", afirma o engenheiro agrônomo Aldemir Chaim, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e especialista em tecnologia de aplicação de agrotóxicos.

Segundo Chaim, um equipamento sem manutenção pode promover aumento expressivo no custo de produção -

sobretudo em culturas exigentes em número de pulverizações. "Estudos realizados pela Embrapa Meio Ambiente revelaram que, dependendo da cultura, do estágio de crescimento, da forma e horário de aplicação, o volume de calda que não atinge as plantas varia de 30% a 70%. A quantidade de calda que cai diretamente no solo varia de 20% a 50% do volume aplicado. Além de representar uma grande parcela de produto desperdiçado, oferece riscos ao ambiente e a quem o manuseia."

Uniformidade

Chaim diz que equipar o pulverizador com bicos apropriados é ponto crucial na hora de fazer a regulagem. "Deve-se

verificar o tamanho ideal de gotas, conforme a praga ou doença a ser controlada", ensina. "O produtor precisa

testar várias opções de bicos e escolher o que melhor atenda aos requisitos do tratamento, ou o que melhor

colocar o produto no alvo, sem perdas por escorrimento ou deriva", orienta o pesquisador. Aqui, é fundamental

também checar o funcionamento do pulverizador, abastecendo o equipamento com água limpa e verificando

eventuais pontos de vazamento e peças com defeitos.

Se for constatado vazamento ou entupimento de bicos ou mangueiras (nesse caso, o jato formado apresenta

problemas), a recomendação é retirar o bico obstruído e limpá-lo com uma escova ou pincel, próprios para essa

finalidade. "Nunca se deve tentar desentupir o bico com a boca ou usar arame, prego ou grampos para desobstruílo." Nos pulverizadores tipo barra, a dica é avaliar a uniformidade de vazão de todos os bicos. "Como teste, recolhe-se

o líquido pulverizado pelos bicos por um período de 30 a 60 segundos. Bicos que estiverem com variação, para

mais ou para menos, de vazão entre 5% e 10% em relação à média devem ser substituídos."

No caso de turbo pulverizadores, Chaim aconselha ao produtor que verifique se todos os bicos estão com os jatos

direcionados à planta. "Em cultivos de frutíferas, como citros e maçã, vale a pena se assegurar de que os bicos

inferiores do arco não estão contaminando de maneira excessiva o solo e se a projeção das gotas não está

atingindo muito acima dos ponteiros das plantas. Conforme as condições observadas, bicos inferiores ou

superiores podem ser fechados." Isso, garante Chaim, já evita um desperdício de 50% do produto.

Calibração

A calibração dos pulverizadores é outro ponto importante no tratamento fitossanitário. O objetivo de uma boa

calibração é colocar a quantidade correta de defensivo no alvo, com o menor consumo de calda. "Quanto mais

eficiente for a deposição na planta, mais efetivo será o controle e menor será o número de aplicações."

Pulverizadores costais, explica, produzem gotas arremessadas somente pela força da pressão hidráulica. Por isso,

devem ser utilizados, preferencialmente, em pequenas áreas ou no estágio inicial de desenvolvimento da massa

foliar nas plantas. "Existe um grande número de tipos de pulverizadores no mercado e o agricultor deve seguir as instruções de manutenção sugeridas pelo fabricante", conclui o pesquisador.

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