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Qualidade de pesquisa do Iapar traz Congresso Internacional de Citricultura

O evento atrai quase 2 mil pessoas e a seleção da cidade que será sede do congresso é bastante disputada


O Paraná receberá o maior evento de produção de frutas cítricas do mundo. A proposta elaborada pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) para que Londrina seja a sede do 13.º Congresso Internacional de Citricultura, programado para 2016, foi aceita pela Sociedade Internacional de Citricultura. O pesquisador do Iapar, Eduardo Fermino Carlos, acreditou no potencial paranaense da produção de cítricos e, numa articulação com outras entidades públicas do governo federal e estadual e da iniciativa privada, o estado concorreu com a Argentina e ganhou.

De acordo com Carlos, o evento atrai quase 2 mil pessoas e a seleção da cidade que será sede do congresso é bastante disputada, acontecendo nos moldes de uma Copa do Mundo. O projeto foi enviado para análise do comitê internacional do congresso e contempla as qualidades técnicas, científicas e turísticas da cidade que pleiteia o encontro. Com a aprovação da proposta para o Paraná, concorrem as cidades de Londrina, Curitiba e Foz do Iguaçu.

O Congresso de Citricultura acontece a cada quatro anos, sendo que a 11.ª edição realizada em 2008, foi na China. O próximo evento está programado para 2012 em Valência, na Espanha. O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, atribui a realização do evento internacional de citricultura no Paraná ao empenho do Estado que teve que vencer várias barreiras para consolidar a produção de cítricos como setor gerador de emprego e renda.

PRODUÇÃO – A perspectiva para este ano no Paraná é atingir a produção de 600 mil toneladas de laranja, que, de acordo com o Valor Bruto da Produção (VBP) de 2007, deverá gerar renda bruta de R$ 150 milhões aos agricultores. Esse valor representa 19% de todo o VBP da fruticultura que, em 2007, atingiu R$ 777 milhões, informou o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria, Paulo Andrade.

A cultura comercial de frutas cítricas no Paraná foi retomada no final da década de 80, graças ao empenho de pesquisadores do Iapar, que desenvolveram variedades resistentes ao cancro cítrico. O estado estava impedido, pelo Ministério da Agricultura, de plantar citros de forma comercial desde a década de 60. Numa articulação política do Governo do Estado e o apoio da pesquisa, essa barreira foi rompida.

No final dos anos 70, o Iapar foi questionado por o Paraná ser um Estado impedido de produzir citros. Desde então, foram desenvolvidas pesquisas que colocaram o principal instituto de pesquisa do Estado a se tornar referência mundial, quando se fala em pesquisa com citros, disse Andrade. O fitopatologista Rui Pereira Leite, um dos precursores na pesquisa com citros, é lembrado quando se quer falar em sanidade de citros e cancro cítrico.

CAMPANHA – Além do desenvolvimento de variedades mais resistentes de citros por parte do Iapar, a Secretaria da Agricultura adotou práticas que convergiram para a redução da incidência do cancro cítrico como o trabalho da Defesa Sanitária Vegetal que se aliou a então Campanha Nacional de Erradicação do Cancro Cítrico (Canecc), para eliminar o patógeno da doença nos pomares. Esse trabalho visto com descrédito no início, posteriormente foi considerado fundamental para a erradicação da doença.

“A instalação de indústrias de suco de frutas no Paraná, que estão gerando emprego e renda nas regiões Norte e Noroeste do Estado, é apontada como reflexo do empenho da pesquisa e da articulação política da época”, destacou Andrade. Atualmente, são três indústrias de sucos instaladas no Estado, sendo duas indústrias vinculadas ao sistema cooperativo e uma de produtores empreendedores. Uma delas, especializada na fabricação de suco de laranja está aproveitando a ociosidade da planta industrial para fazer suco de uva. Para isso está incentivando o cultivo de uva rústica para suco e a diversificação das propriedades rurais familiares.

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