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Qualidade do cacau paraense desperta interesse de multinacional

O Pará produz 50 mil toneladas por ano de cacau, mercado liderado pela Bahia


O cacau paraense, segundo mais produzido no Brasil, atraiu a atenção da multinacional Cargill. Representantes da empresa participaram do I Seminário dos Cacauicultores do Estado do Pará, um dos eventos técnicos paralelos da quarta edição da Frutal Amazônia, que ocorre até domingo (28), no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. A realização da Flor Pará e Frutal Amazônia é da Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri), do Instituto Frutal Amazônia e do Governo do Estado.

Junto com os Seminários Setorizados do Açaí e da Agricultura Familiar (Produção Familiar e Gestão Social), o I Seminário dos Cacauicultores é uma das novidades desta edição. O agronegócio do cacau é constituído em câmaras setoriais e a Frutal 2009 marca também a implantação da Câmara Setorial do Cacau no Estado, que ocorreu na tarde de sábado (27), durante o seminário.

O interesse de empresas como a Cargill mostra o potencial de crescimento da atividade no Estado, agora fortalecida com a criação da Câmara. O Pará produz 50 mil toneladas por ano de cacau, mercado liderado pela Bahia.

A Cargill é uma fornecedora internacional de produtos e serviços para os setores agrícola, alimentício e de gerenciamento de risco. Com matriz nos Estados Unidos e sedes em 66 países, a multinacional quer comprar o cacau produzido no Pará. A empresa processa cacau comprado em diversas regiões do Brasil e no exterior, especialmente da Costa do Marfim, na África. A sede da empresa no Brasil, em São Paulo, existe desde 1965, e com o passar dos anos se consolidou como uma das maiores indústrias de alimentos do país.

Qualidades - O cacau paraense atrai pelo baixo teor de gordura e excelente ponto de fusão para fabricação de chocolate. Para conhecer melhor a política de incentivo à lavoura cacaueira no Estado, representantes da empresa reuniram-se, recentemente, com Cássio Alves Pereira, secretário de Estado de Agricultura. Na ocasião, Cássio Pereira mostrou as estratégias do governo para desenvolver a cultura no Pará.

Esta é a primeira vez que a Cargill participa da feira, a convite da Sagri. A intenção é mostrar aos produtores de cacau da região a visão industrial sobre o mercado do produto, apontando a importância e o papel que o cacau paraense ocupa no setor.

"Comercialização: Qualidade, Preço e Exportação do Cacau" foi o tema da palestra que teve à frente Aureliano Bulhões Neto e Rodrigo Melo, respectivamente gerentes de Originação e de Trading da empresa. O encontro reuniu representantes da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Agronegócio do Cacau e Sistemas Florestais Renováveis, empresários, produtores e representantes de cooperativas.

A Cargill mostrou o panorama com os números globais da indústria referentes a exportações de cacau, locais de origem e de destino do produto. Foram abordadas ainda questões acerca do padrão internacional de colheita e beneficiamento do cacau, desde a etapa agrícola até a comercialização do produto.

De acordo com Aureliano Bulhões Neto, a produção agrícola do cacau no Brasil, assim como a de outros países, pode atender as exigências da indústria internacional de chocolate. Rodrigo Melo classificou o chocolate como um "produto nobre", e informou que as sementes do cacau devem ser manipuladas corretamente, para que o resultado final atenda às exigências de qualidade.

Os palestrantes explicaram que o fruto é muito sensível e necessita de cuidados especiais. "Ao longo da palestra, nós procuramos orientar os produtores quanto aos cuidados necessários para evitar as rejeições do cacau pela indústria ou os descontos de preço, que são feitos quando o cacau não está de acordo com as exigências do mercado", ressaltou Rodrigo Melo.

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