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Qualidade e quantidade prejudicadas na safra atual

O Estado é o 4.º maior produtor do País, mas nem assim as estimativas para 2009 são otimistas


Mesmo ocupando uma posição de destaque no cenário nacional, o setor cafeeiro do Paraná, especialmente nas regiões do norte pioneiro e do norte central, está receoso este ano.

O Estado é o 4.º maior produtor do País - atrás apenas de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo -, mas nem assim as estimativas para 2009 são otimistas. Fora o fator da sazonalidade, outros problemas têm preocupado o setor.

De acordo com o técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab) Paulo Franzini, a produção estimada para este ano deverá ser bem menor que a de 2008.

"No ano passado, o Paraná colheu 2,64 milhões de sacas. Para 2009, acreditamos que este número não será superior a 1,6 milhão, o que representa uma queda de 41%", informa. Além disso, Franzini conta que houve uma perda na área plantada, o que contribuiu para a redução da produção.

"Em 2008, tínhamos 105 mil hectares, dos quais 96,8 mil eram o espaço de produção. Hoje, a área total caiu para 98 mil e a parte produtiva ficou em 85 mil hectares. Isso corresponde a 12% a menos de área plantada", comenta. Outros fatores que têm prejudicado seriamente a cafeicultura são o clima e o preço.

O técnico do Deral afirma que as chuvas estão dificultando a colheita e reduzindo a qualidade do produto. "Com isso, o café fica muito tempo na planta ou simplesmente cai. Com o atraso, ele vai passando do ponto e amargando. No caso do fruto que cai, a situação é ainda pior, pois fica sujeito a fungos", explica.

Em relação aos preços, Franzini afirma que a situação está próxima de o produtor ter que pagar para trabalhar. "Nos últimos cinco anos, o café vem subindo muito pouco, ao passo que a mão de obra e o fertilizante estão ficando cada vez mais caros, subindo, respectivamente, 40% e 17%. Hoje, uma saca de café tipo seis, bebida dura, pode custar R$ 230, o que acredito ser muito baixo. O ideal seria que a saca custasse, pelo menos, R$ 300", avalia.

Mesmo os produtores que adquiriram os contratos de opção podem ter problemas na hora de entregar o produto, acredita Franzini. "Por conta de tudo isso, pode ser que eles não consigam entregar o produto especificado na hora da compra do contrato", lamenta.

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