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Quanto menor a renda, maior a inflação: Ipea 

No entanto, o índice subiu para todas as faixas


Foto: Pixabay

O Indicador de Inflação por Faixa de Renda, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revelou aceleração da taxa de inflação para todas as faixas de renda no mês de setembro, mas mostrou que ela é pior para família de baixa renda. Esmiuçando um pouco mais a informação, a inflação foi mais acentuada para as famílias de renda muito baixa (1,30%), comparativamente à apurada no grupo de renda mais elevada (1,09%). 

“O grupo de habitação foi o que mais contribuiu para a alta inflacionária das famílias dos três segmentos de renda mais baixa em setembro. Para essas famílias de renda muito baixa, os reajustes de 6,5% das tarifas de energia elétrica, de 3,9% do gás de botijão e de 1,1% dos artigos de limpeza, foram os principais responsáveis pela alta do grupo habitação. Esse aumento responde por mais da metade da inflação para o segmento”, comenta o instituto, em nota divulgada nesta manhã. 

A partir dos dados, o segundo segmento que mais influenciou a inflação das famílias de menor renda foi o de alimentos em domicílio, puxados especialmente pelo aumento das frutas (5,4%), das aves e ovos (4,0%) e dos leites e derivados (1,6%). “Já para as três faixas de renda mais alta, assim como ocorreu em agosto, o maior impacto partiu do grupo de transportes.A alta inflacionária desse segmento foi influenciada pelos reajustes de 2,3% da gasolina, de 28,2% das passagens aéreas e de 9,2% dos transportes por aplicativo”, completa. 

“As deflações observadas nos planos de saúde (-2,3%) e em serviços pessoais e de recreação, como cabeleireiro (-0,37%) e hospedagem (-0,47%), impactados pelas medidas de restrição social, bem como os aumentos menos intensos em itens de  maior peso da cesta de consumo, como gasolina (1,9%) e passagens aéreas (6,4%), explicam o desempenho melhor da inflação, no ano passado, nessa faixa que concentra os maiores rendimentos.  

Já para as famílias de menor renda, apesar da alta bem mais intensa dos alimentos no domicílio em setembro de 2020, especialmente do arroz (18%), feijão (4,3%), carnes (4,5%) e óleo de soja (27,5%), o desempenho mais benevolente da energia elétrica (0,07%), do gás de botijão (1,6%), dos aluguéis (0,11%) e dos artigos de higiene (0,20%), no ano passado, explicam essa taxa de inflação mais amena”, conclui. 

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