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Quebra nos EUA deixa América Latina no olho do furacão

Continente vai ampliar sua participação na produção mundial


Continente vai ampliar sua participação na produção mundial
 
Quebra da safra de soja no Estados prevista para esta temporada - 13% inferior ao volume colhido em 2011/12 - associado a um estoque apertado de passagem, abrirá brechas para que a América Latina esteja no olho do furacão na temporada agrícola recém-iniciada. Com a demanda cada vez mais aquecida, os países sul-americanos terão papel essencial na formação de preços da commodity.

Brasil e Argentina vão interferir na cotação da soja, lembra Cleber Noronha, analista de mercado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). A expectativa é que o continente colha acima de 148 milhões de toneladas com um clima favorável.

Juntos, Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia e Uruguai devem concentrar 57,5% da produção mundial de soja esperada para 2012/13, atualmente em 258,1 milhões de toneladas conforme o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em Inglês).

"Como os Estados Unidos estão produzindo mais para consumo próprio do que para a exportação, o celeiro de grãos para o semestre de 2013 passa a ser o latino-americano", cita o engenheiro agrônomo do Imea.

A estimativa é que somente a América do Sul amplie sua participação na produção mundial da oleaginosa, avançando de 48% para outros 58%, lembra Cleber Noronha, do Imea. "É a América do Sul que originará os grãos para o mundo e o mundo analisará de perto o acompanhamento da nossa safra", enfatizou.

Enquanto os países latinos ainda plantam suas safras de soja, nos Estados Unidos a colheita já alcança 22% da área, conforme o USDA. Em 2011 o percentual chegava a 4%. O país é o primeiro a abrir os trabalhos no campo, mas foi severamente castigado por problemas climáticos.

Mas como lembra o especialista do Imea, apesar de avançar na colheita do produto, apenas 29% das lavouras são consideradas em boas condições, redução de 33% em relação ao ano passado.

De acordo com o Imea, dos principais estados produtores, Mississipi já colheu 62% da área, acompanhado por Louisiana, com 60%. Nebraska e South Datokota, que em 2011 colheeram apenas 1% da área no período, hoje apresentam 19% e 47%, cita o Imea.

Rumo à liderança

O Brasil vai se aproveitar do recuo na safra americana para conquistar uma fatia maior no mercado da soja. Em 2013 encaminha-se para a liderança mundial com uma safra estimada em 81 milhões de toneladas de soja, ultrapassando os Estados Unidos (71,6 milhões de toneladas), já indica o Departamento de Agricultura deste país.

Em Mato Grosso, principal produtor brasileiro, a semeadura já atinge 1,7% da área estimada em 7,8 milhões de hectares pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária.

A área destinada à oleaginosa cresceu 11,6% ante a semeada em 2011/12. Já a produção esperada para o ciclo está projetada em 24,1 milhões de toneladas.

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