Quinoa pode se adaptar para crescer em solos pobres
“A quinoa é uma cultura resiliente"
Agrolink
- Leonardo Gottems
Foto: Fabiano Marques Dourado/ Embrapa
Uma pesquisa recente publicada na BMC Plant Biology aponta para a importância de selecionar ecótipos de quinoa que sejam eficientes na absorção e uso de nitrogênio. Dessa forma, é possível evitar a aplicação de produtos fitossanitários que envolvem danos ambientais e alto custo econômico para os agricultores.
“A quinoa é uma cultura resiliente, capaz de sobreviver e se adaptar a diferentes condições e, por isso, pode ser o tipo de cultura que precisaremos no futuro, quando as condições ambientais forem desfavoráveis”, destaca Katherine Pinto-Irish, cientista do CEAZA e autora principal da pesquisa que analisou a resposta desse grão ancestral a diferentes níveis de nitrogênio no solo.
O estudo, que considerou ecótipos de quinoa originários do Altiplano e da costa do Chile, revelou que essa espécie tem capacidade de se adaptar a solos pobres em nitrogênio. É até um fator benéfico para o seu crescimento e valor nutricional.
“Em um experimento, observou-se que uma baixa concentração de nitrato favoreceu o crescimento, o acúmulo de proteínas e outras funções relacionadas à captação desse nutriente em um dos ecótipos de quinoa. Isso pode envolver uma adaptação que melhore a capacidade de captura de nitrato e crescimento em condições climáticas desfavoráveis”, detalha o especialista do Centro Científico CEAZA.
O estudo é um marco no campo da pesquisa científica sobre este alimento fundamental para a nutrição humana, dado seu alto valor protéico e antioxidante. Isso é destacado pelo Dr. Enrique Ostria, pesquisador do CEAZA, afirmando que “até o nosso estudo, os mecanismos fisiológicos e metabólicos que estariam por trás das respostas adaptativas da quinoa para sobreviver à baixa disponibilidade de nitrogênio em diferentes zonas climáticas não eram conhecidos. ”.