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Raça Tabapuã mais rústica conquista pecuaristas

Raça de zebuínos Tabapuã custa menos e pode apresentar maior aproveitamento de carcaça



Os pecuaristas que trabalham com uma das raças genuinamente brasileiras –e que somente obteve certificação pelo Ministério da Agricultura em 1981 – costumam dizer que não criam gado e sim tabapuã. A definição é o reflexo da raça de zebuínos vem ganhando a atenção dos criadores de bovinos de várias regiões do país. No Norte Pioneiro, Paraná, a situação não é diferente.

Em Tomazina (a 300 quilômetros de Curitiba), o produtor Luiz de Farias cria na Estância Dois Irmãos animais da raça tabapuã. O grande atrativo destes animais é a sua rusticidade, aliada ao excelente ganho de peso e à precocidade reprodutiva. Com estas qualidades os pecuaristas estão conseguindo melhorar o rebanho e aumentar os lucros de forma gradativa.

O tabapuã foi criado a partir do cruzamento de um macho zebuíno com uma fêmea nelore de cifres. O resultado foi o aparecimento de uma raça que, entre outras qualidades, é mocha (sem chifres), o que facilita o manuseio e evita descartes por cicatrizes, manchas e ferimentos, além de garantir a qualidade do couro.

Resultados

Na propriedade de Farias, são criados reprodutores e matrizes para venda. Entusiasta da raça, o pecuarista vê no tabapuã o futuro da pecuária nacional, já que os animais apresentam os melhores resultados em aproveitamento de carcaça e o menor custo de produção entre todas as linhagens desenvolvidas no Brasil.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Criadores de Tabapuã (ABCT), a raça é a que mais cresceu entre os zebuínos na década de 90. “Isso mostra que os criadores estão realmente satisfeitos com o desempenho do tabapuã”, diz Farias. A paixão dele pela raça é antiga. Ele conta que os primeiros animais foram adquiridos pelo seu pai, Antônio de Farias há 30 anos.

Os resultados apresentados pelo gado surpreenderam Antônio e seus filhos, que decidiram investir no melhoramento genético dos animais. Daí, a começar a criar reprodutores e matrizes, foi pouco tempo.

Apesar de insistir que o número de animais ainda é pequeno – cerca de 100 -, Farias é reconhecido como uma autoridade no assunto, por ser o pioneiro no desenvolvimento da raça na região. A rusticidade é que mais chama atenção nesses animais extremamente dóceis.

Os bons resultados na Estância Dois Irmãos já garantiram prêmios a vários reprodutores. Porém, os animais de elite desta raça não alcançam cifras milionárias, como as européias e o tradicional gado nelore. Em média, um touro tabapuã atinge o preço de R$ 50 mil. “Só que o custo de produção deste mesmo touro, se comparado com outras raças, e o lucro que ele apresenta, são melhores”, calcula.

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