Rações tendem a ficar mais caras
A previsão é que em outubro, o preço da tonelada aumente 5%, além dos 15% acumulados em 2007
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A indústria de rações prevê que a partir de outubro os preços do produto vão chegar às alturas. A estimativa é de aumento de mais 5% a partir dos preços atuais, de R$ 400 a tonelada, segundo João Prior, secretário-executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). O produto já está 15% mais caro que em outubro de 2006, quando os preços do milho começaram a subir. As novas perspectivas de alta do grão - que compõem 50% do preço da ração - justificam a previsão do Sindirações. Criadores de aves e suínos sequer conseguiram repassar os aumentos anteriores da ração.
Em Campinas (SP), a saca de milho foi cotada na última segunda-feira em R$ 19,84, segundo o indicador de preços do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). A previsão do Sindirações é de que em outubro - após a colheita da safrinha de milho - os preços subam em torno de 8% para patamares entre R$ 21 e R$ 21,50 a saca, o que causaria um inevitável repasse aos preços da rações.
Prior explica que até meados de fevereiro, o valor da saca na mesma praça estava em torno de R$ 22. Desde então, vêm recuando, chegando ao patamar de R$ 18 na última semana de abril. "Nesse período, o aumento de preços da ração que até então estava em 18% recuou para 15%, nível que permanece até agora", informa Prior. Segundo ele, a indústria está se preparando adquirir milho em uma nova realidade de preços, balizada no mercado internacional, assim como ocorre hoje com a soja.
Mas essa influência direta não deve ocorrer no curto prazo, segundo Leonardo Sologuren, diretor da Céleres. A abertura de mercado exterior para o milho brasileiro - por causa da redução das exportações americanas - pode redundar em altas consolidadas nos preços do grão internamente, mas não em menos de dez anos, de acordo com o analista. "O Brasil não exporta porque os preços internos são maiores que os internacionais (produtividade baixa) Isso porque é preciso que haja encontro de dois fatores: câmbio desvalorizado e preços altos internacionais".
Neste momento, por exemplo, não está compensando ao Brasil exportar milho, uma vez que com os atuais preços internacionais (US$ 3,20 por bushel) e câmbio (R$ 1,91), os preços da saca ao produtor do Paraná, por exemplo, ficam em R$ 12,30, quando no mercado interno, esse valor é de R$ 14,80 a saca.
"As exportações de milho que estão ocorrendo até agora, são de contratos já pré-firmados. A previsão é que esses contratos somem 5 milhões de toneladas, até agora, foram exportados 2,4 milhões de toneladas", diz o analista. Por conta desse ritmo lento, Sologuren informa que a previsão de exportação de milho para este ano, de 8 milhões de toneladas foi revista pela Céleres para 7,3 milhões. Por isso, ele não acredita em patamares de preço do milho superiores a R$ 21,50 a partir de outubro.