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Rebanho 3 vezes maior em Mato Grosso

Pesquisa divulgada pela Acrimat mostra que plantel cresceu 66% em 12 anos, enquanto pastagens tiveram evolução de 18% em MT


Os números da pecuária de Mato Grosso são superlativos, como classificou na sexta-feira (28) a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), durante uma coletiva de imprensa que teve como foco a evolução da atividade no Estado. Números apresentados revelam que enquanto a área de pastagens ampliou sua extensão em 18%, de 1996 a 2008, neste mesmo intervalo de 12 anos, o rebanho cresceu 66%, passando de 4° maior do país para o 1°.

"Com uma performance como essa e as constatações de que a maior parte do gado não está no bioma amazônico e de que 64% do território mato-grossense está preservado, podemos afirmar que nossa produção pecuária, também é sustentável", frisou o presidente da Comissão de Meio Ambiente da entidade, Vicente Falcão.

Mato Grosso conta com mais de 115 mil propriedades rurais voltadas à pecuária, são 26 milhões de cabeças bovinas, sendo que 98% são de gado de corte. A atividade gera cerca de 40 mil empregos diretos.

"A evolução do setor pecuário para se chegar a esses números também surpreende, principalmente quando se leva em conta que 64% do território estão preservados com área de remanescente florestal, unidades de conservação e terra indígena", reafirma Falcão.

Os números apresentados  na sexta-feira (28) são o resultado de uma pesquisa que mapeou a atividade nos últimos 12 anos em Mato Grosso. "Esse levantamento foi necessário para mostrar que a pecuária não é a vilã do meio ambiente e sim, responsável pelo desenvolvimento de um Estado de forma responsável e sustentável. Apesar de sermos campeões em produtividade em diversos setores do agronegócio, só ocupamos 36% da área do Estado para produção agrícola e pecuária. Podemos ainda crescer muito, respeitando todas as leis vigentes", pontuou o dirigente.

Em 1996, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1996 Mato Grosso possuía 2,23 milhões de habitantes e em 2008 subiu para 2,85 milhões, o que um incremento de 28% mo período. A mesma análise aplicada sobre o rebanho mato-grossense, revela um percentual de incremento de 66%, saindo de 15,57 milhões de cabeças bovinas em 1996 para cera de 25,93 milhões em 2008. Toda essa evolução do rebanho refletiu apenas em 18% no aumento da área total de pastagem que em 1996 era de 21,41 milhões de hectares para 25,77 milhões em 2008, segundo levantamento feito pela empresa SSBR (Synoptika Solutions Brasil).

"A taxa de lotação (cabeça/hectare) aumentou 38%, passando de 0,78 para 1,01 cabeça por hectare. Os ganhos em produtividade da pecuária evitaram o desmatamento de 6,62 milhões de hectares", argumenta o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.

EXPORTAÇÕES – Em relação ao mercado externo o item toneladas equivalentes carcaça (TEC) evoluiu de forma expressiva, 964%, como demonstram dados do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) e do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), no mesmo período de comparação (1996 a 2008). As exportações passaram de 21.395 toneladas para 227.731.

O abate bovino, em Mato Grosso, também foi grande. Em 1997 era de 1,086 milhões de cabeças/ano para 4,122 milhões em 2008, crescimento de 280%. O desfrute (número de animais abatidos dividido pelo total do rebanho) cresce 128%, passando de 6.65% em 1996 para 15,9% em 2008. Em 1996, Mato Grosso, ocupava o 4º lugar no ranking brasileiro em número de cabeça, sendo que o primeiro era Mato Grosso do Sul (MS), com 20,7 milhões de cabeças e o 2º Minas Gerais (MG), com 20,1 milhões.

DESAFIOS - Para o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, "o desafio agora é aumentarmos a produtividade nas áreas já abertas, mas, isso se faz com tecnologia e tecnologia se compra nas prateleiras e para comprar são necessários recursos".

Diante disso, segundo Vacari, "o pecuarista precisa de linhas de financiamento específicas para o setor que são bem diferentes do que é ofertado para agricultura. O tempo para se formar um pasto é bem maior. O importante é que o pecuarista está consciente de sua responsabilidade em produzir de forma sustentável, mas para fazer isso precisamos de definições claras de políticas públicas".

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