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Receita com álcool frustra exportador

Setembro foi mais um mês de bom movimento nas exportações de álcool, que já são recordes. Foram mais 342 milhões de litros, que somados no acumulado do ano


Apesar de volumes 18% maiores, as exportações de etanol estão com receita 7,8% menor. Setembro foi mais um mês de bom movimento nas exportações de álcool, que já são recordes. Foram mais 342 milhões de litros, que somados no acumulado do ano, totalizam 2,73 bilhões de litros, 18% mais do que os embarcados entre janeiro e setembro de 2006.

O problema é o preço médio do produto que caiu de US$ 458,6 para US$ 425,3 por mil litros nos primeiros nove meses deste ano, segundo dados da Secretaria de Agroenergia do Ministério da Agricultura. "Esse valor está muito próximo do custo de produção. O que piora é que, com o atual câmbio, o valor em dólar recebido pela usina diminuiu e o custo, por exemplo, com frete aumentou", analisa Tarcilo Rodrigues, diretor da Biagência. Mas, ainda assim, os preços de exportação estão ligeiramente melhores que o mercado interno, segundo o especialista.

A questão é que o maior cliente, os Estados Unidos, é quem está pagando o pior preço. No ano passado, o valor do álcool americano chegou a US$ 4 o galão, valor que hoje está em US$ 1,60. Para competir nos Estados Unidos, pagando todas as taxas e frete, o etanol brasileiro precisa sair daqui (FOB Santos) a US$ 250 o metro cúbico. Para a Europa, esse valor é de US$ 425, segundo Rodrigues. "Trata-se de um mercado superofertado e de, outro, subofertado", completa.

Neste ano, as vendas para a Europa cresceram e são elas que estão fazendo a diferença entre o desempenho deste ano e o de 2006. Foram 506,1 milhões de litros, ante os 337,5 milhões de janeiro a setembro do ano anterior. Já as exportações aos americanos estão praticamente iguais. Somando-se as diretas (812,8 milhões de litros) e as indiretas, via países da América Central (756,0 milhões de litros), foram 1,560 bilhão de litros. Entre janeiro e setembro de 2006, o volume total foi de 1,598 bilhão de litros, dos quais 1,320 bilhão embarcado diretamente do Brasil.

Mas, o valorizado mercado europeu de etanol tem compradores muito localizados e uma demanda ainda em incipiente. Rodrigues estima que o potencial seja para 1 bilhão de litros, dos quais metade o Brasil já abocanhou este ano. "A outra parte deve ser conquistada pelo Brasil até o final da safra".

Metas:

Mesmo as exportações estando em níveis superiores a 2006, o analista não acredita que os embarques devam superar o realizado no ano passado, quando a uma demanda pontual nos Estados Unidos, fez as exportações atingirem 3,4 bilhões de litros.

A projeção da Bioagência é de que as vendas externas de álcool cheguem a 2,9 bilhões de litros, no máximo, a 3 bilhões, no ano safra (entre abril de 2007 a março de 2008). Entre abril e agosto, segundo dados da Bioagência, foi embarcado 1,508 bilhão de litros. "temos ainda sete meses até o final do ano-safra, período em que mais 1,4 bilhão de litros devem ser exportados", prevê.

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