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Recuo nas cotações de milho

Já os embarques de milho, pelos EUA, na semana encerrada em 16/06, apontaram um volume de 1,18 milhão de toneladas, ficando dentro das expectativas do mercado


Foto: Pixabay

As cotações do milho, em Chicago, recuaram durante esta semana. O fechamento desta quinta-feira (23), para o primeiro mês cotado, ficou em US$ 7,46/bushel, contra US$ 7,88 uma semana antes. Aliás, o milho é o grão que tem apresentado menos volatilidade em Chicago nestes últimos meses. Dito isso, nos EUA, 95% das lavouras semeadas já estavam germinadas até o dia 19/06, enquanto, em termos de condições das lavouras, 70% estavam entre boas a excelentes, 24% regulares e 6% entre ruins a muito ruins. 

Já os embarques de milho, pelos EUA, na semana encerrada em 16/06, apontaram um volume de 1,18 milhão de toneladas, ficando dentro das expectativas do mercado. Com isso, o total já embarcado pelos EUA, neste ano comercial, atinge a 46,2 milhões detoneladas, contra mais de 55 milhões no mesmo período do ano passado. O USDA espera que o país exporte um total de 62,2 milhões de toneladas do cereal no atual ano comercial.

Enquanto isso, na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), a safra de milho 2021/22 estava com 37% das lavouras colhidas no início da presente semana, sendo mantida a projeção de uma safra total de 49 milhões de toneladas para o ano. Tal colheita está 5,3 pontos percentuais atrasada em relação ao ano anterior. Das lavouras que faltavam colher, 17% apresentavam boas a excelentes condições, 59% estavam regulares e 24% ruins.

E no Brasil, os preços continuam cedendo lentamente, apesar de algumas altas pontuais em certas regiões. O avanço da colheita da segunda safra, cada vez mais faz pressão sobre os preços internos. Em contrapartida, a nova desvalorização do Real (R$ 5,20) favorece às exportações. Com isso, a média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 83,48/saco, enquanto nas demais praças nacionais o saco de milho girou entre R$ 69,00 e R$ 85,00/saco. Já na B3, o contrato julho abriu o pregão da quinta-feira (23) valendo R$ 86,70/saco, enquanto setembro estava com R$ 89,40; novembro em R$ 92,10 e janeiro/23 em R$ 94,35/saco. 

Em paralelo, a colheita da segunda safra, até o dia 16/06, teria chegado a 11,4% do total no Centro-Sul brasileiro. A mesma está lenta, neste momento, devido a questões climáticas. As geadas foram leves até o momento, tanto no Paraná quanto no sul do Mato Grosso do Sul, não provocando perdas. (cf. AgRural) Por sua vez, as exportações brasileiras de milho são esperadas em um total de 43 milhões de toneladas para este ano de 2022, lembrando que o governo espera atingir a 37 milhões de toneladas em vendas externas. No ano anterior, devido a forte seca que atingiu as diferentes safras, o país exportou apenas 20,7 milhões de toneladas. O aumento nas vendas deste ano, além de uma safra muito melhor, está motivado pelo espaço de mercado que a guerra entre Rússia e Ucrânia está deixando. Somente nos cinco primeiros meses de 2022, os embarques brasileiros de milho, pelo porto de Paranaguá, no sul do país, cresceram atípicos 161%, ante igual período do ano passado. Em parte devido à falta de produto ucraniano no mercado, conforme dados da autoridade portuária local. (cf. Agroconsult)

Enquanto isso, a Anec projeta um total de 1,76 milhão de toneladas de milho brasileiro a ser exportado em junho. Nos 12 primeiros dias úteis de junho, o Brasil já exportou 431.393 toneladas de milho, segundo a Secex. Com isso, a média diária de embarques está em 35.949 toneladas o que, na comparação com o mesmo período do ano  passado, representa elevação de 719,1% em relação a junho de 2021. O preço por tonelada obtido subiu 34,1% no período, saindo dos US$ 238,90, no ano passado, para US$ 320,40 neste mês de junho.

Ao mesmo tempo, a Secex informa que o Brasil importou 67.389 toneladas de milho nos 12 primeiros dias úteis do mês de junho. Com isso, o país já recebeu 57,7% de tudo o que foi registrado em junho de 2021. Em termos de preços, a tonelada importada recuou para US$ 255,20. Por outro lado, a colheita de milho, na segunda safra do Mato Grosso, atingiu a 27% da área total no dia 17/06, estando adiantada em relação a média histórica, que é de 13,9% para esta época do ano. No ano passado, a safrinha mato-grossense havia sido colhida em apenas 3,9% da área nesta época do ano. O Mato Grosso espera colher um total de 39 milhões de toneladas na atual safrinha de milho. Já o custo de produção, para a safra 2022/23, continua subindo a cada mês. Em maio, o hectare, para os custos variáveis, atingia a R$ 3.585,06, sendo 12,8% superior ao verificado no ano anterior na mesma época. Os fertilizantes continuam sendo os insumos que mais aumentam de preço. Desta forma, o preço ponderado do milho da safra 2022/23, em maio, sendo de R$ 65,23/saco, a relação de troca do MAP registra alta de 27,5%, a do KCl 66,9% e a da ureia atinge a 20,9%, quando comparadas com a safra passada do cereal. Além disso, o frete ficou muito mais caro naquele Estado.

A média de preço do frete, na primeira quinzena de junho/22, de Sorriso à Santos, via transporte rodoviário, foi de R$ 27,17/saco. No mesmo período do ano passado o mesmo era de R$ 19,95/saco. Isso significa que houve uma aumento de 13,04% no frete, de uma safra para outra. No Mato Grosso, o preço do diesel S10 sobreu um aumento de 50,25% entre junho/21 e junho/22. Com isso, a relação de troca frete/milho, naquele Estado, cresce, sendo que a rota Sorriso à Santos, neste mês de junho, atingiu a 39%, contra 28% um ano antes. (cf. Imea).

Já no Mato Grosso do Sul o quadro da safrinha não mudou em relação às últimas estimativas. Espera-se uma safra total de 9,34 milhões de toneladas, com uma produtividade média de 78,1 sacos/hectare. E no Paraná, 3% da segunda safra havia sido colhida até o início da presente semana,sendo que 75% das lavouras a colher apresentavam boas condições, 20% estavam regulares e 5% ruins. O mercado local está esperando perdas até importantes, devido aos efeitos negativos do clima e da cigarrinha. A Aprosoja local chega a avançar a possibilidade de perdas ao redor de 40%.

As informações são da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário - CEEMA

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