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Renda agrícola deve aumentar 17%

Principal commodity agrícola do país, a soja concentra 28% da renda rural e deve fechar o ano com faturamento de R$ 43,9 bilhões


A renda gerada pelos 20 principais produtos agrícolas deve crescer 17% em 2008 e concentrar a riqueza do campo nos produtores de soja, milho e cana, segundo estimativa do Grupo de Acompanhamento Conjuntural, composto por especialistas de IBGE, IPEA e Ministério da Agricultura. A receita agrícola recorde de R$ 156,7 bilhões esperada para este ano deve superar em 9,6% o melhor resultado da série histórica, registrado em 2003, de R$ 143 bilhões. A concentração da riqueza em soja, milho e cana passaria de 55,8% para 57%.

Principal commodity agrícola do país, a soja concentra 28% da renda rural e deve fechar o ano com faturamento de R$ 43,9 bilhões, resultado 31% superior aos R$ 33,4 bilhões do ano passado.

O coordenador-geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques, atribui a expansão ao crescimento da produção nacional, estimada em 60 milhões de toneladas na safra 2007/08, associado à alta global dos preços das commodities. Em 2003, a soja concentrou 31,5% da renda agrícola, gerando R$ 45 bilhões aos produtores.

As lavouras de milho devem ser responsáveis por R$ 26 bilhões da renda dos 20 produtos agrícolas. O crescimento - recorde - deve ser de 32,2% sobre 2007. O avanço dos preços internacionais do grão, aos quais o produto brasileiro atrelou-se nas duas últimas safras, explica a performance, avalia Gasques.

Mesmo com uma retração de 11,5%, a renda gerada pela cana deve bater em R$ 19,2 bilhões e manter-se próxima do melhor resultado histórico, registrado no ano passado, de R$ 21,7 bilhões.

Dois produtos surpreendem pelo salto esperado. A pesquisa indica uma forte recuperação da renda do café, cuja receita deve crescer mais de 48%, passando de R$ 5,7 bilhões para R$ 8,4 bilhões. O resultado ficará, porém, abaixo da performance de 1999 e 2000.

Vilão da inflação dos alimentos, o feijão também terá forte avanço. Os especialistas projetam elevação de 89,5% na renda do segmento, o que deve puxar a receita de R$ 4,8 bilhões para R$ 9,2 bilhões, um recorde histórico para a atividade. Os produtores de laranja também devem ter renda 13,5% superior a 2007, chegando a R$ 9,8 bilhões.

Na contramão, devem figurar os produtores de algodão, que perderiam 10,5% da receita, caindo a R$ 4 bilhões. Os viticultores terão redução de 44% na receita, gerando apenas R$ 1,25 bilhão. Na mandioca, o recuo seria de 4%, para R$ 4,7 bilhões.

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