Renuka à espera da reestruturação da Equipav
A empresa brasileira teve que iniciar um complexo processo de reestruturação societária para, somente depois, concluir a operação com a indiana
A família Tarallo, que detém um terço das ações do Grupo Equipav, controladora da Equipav Açúcar e Álcool, está saindo da sociedade. Com isso, às vésperas de concluir a venda de 50,79% das duas usinas sucroalcooleiras à indiana Shree Renuka Sugars, a empresa brasileira teve que iniciar um complexo processo de reestruturação societária para, somente depois, concluir a operação com a indiana. A previsão é de que a "novela" termine nos próximos dias.
Conforme antecipou o Valor no começo do mês, o novo acordo entre as duas empresas já foi fechado. Pelo que foi acertado, a Shree Renuka pagará pelo controle um valor 25% menor do que o acordado no primeiro anúncio de compra, feito em 21 de fevereiro. Na época, foram ofertados R$ 600 milhões (US$ 329 milhões), valor que, após "due diligence", será reduzido a algo próximo de R$ 450 milhões.
A companhia indiana também deve fazer, imediatamente à assinatura, um aporte "substancial" de recursos para oxigenar as finanças da Equipav, disseram fontes próximas à negociação. "Não há mais nenhuma negociação paralela com outros grupos. O acordo com a Renuka está fechado, mas para oficializar, é preciso aguardar o fim dessa reestruturação, o que pode acontecer ainda nesta semana", diz uma dessas fontes. Ela afirmou ainda que a conclusão da venda não depende mais da assinatura do CEO da Renuka, Narendra Murkumbi, que já delegou a tarefa a seus procuradores.
O Valor apurou que o descontentamento da família Tarallo com os investimentos em açúcar e álcool do grupo é anterior às negociações com a Renuka, mas que o estopim teria sido a redução do valor de mercado da empresa em 25%.
A reestruturação envolverá todas as empresas do Grupo Equipav - que atua nas áreas de construção (Equipav Pavimentação e outras empresas da área de mineração), agronegócio (Equipav Açúcar e Álcool), ambiental (Colepav) e de concessões (Cibe), esta última formada pelo Consórcio Equipav-Bertin. Conforme as fontes ouvidas pela reportagem, a fatia da família Tarallo nesse consórcio será comprada em partes iguais pela Equipav (sob controle das famílias Vetorazzo e Toledo após a reestruturação) e pelo grupo Bertin. Nas outras empresas haverá troca de ações, de forma que Vetorazzo e Toledo