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Reunião discute rumos da pecuária paranaense

Lideranças e Governo do Estado estão preocupados com a perda de espaço da pecuária de corte para as lavouras de soja, cana-de-açúcar e madeira


Lideranças da agropecuária paranaense e o Governo do Estado estão preocupados com a perda de espaço da pecuária de corte para as lavouras de soja, cana-de-açúcar e madeira. Sugestões para a reversão desse quadro foram debatidas na reunião do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa) realizada segunda-feira (8).

O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, defendeu a necessidade de trabalhar iniciativas de organização da cadeia da pecuária de corte. Ele adiantou que pretende ampliar a presença técnica do Estado e estimular missões técnicas para Mato Grosso, Rondônia e Goiás, líderes na bovinocultura de corte. Ortigara concordou com a proposta do Sindicarnes para criar uma câmara técnica permanente para discutir e propor ações para o setor.

O diretor da Sociedade Rural do Paraná, Luigi Carrér Filho, disse que o Paraná já foi um grande exportador de material genético, mas perdeu espaço nesse setor. O reflexo desse cenário, segundo ele, é sentido na movimentação das feiras agropecuárias. Ele citou como exemplo a de Londrina, onde o resultado das vendas em leilão caiu da média de R$ 17 milhões, mantida desde 2003, para R$ 12 milhões neste ano.

Para Ortigara, o Estado tem a oportunidade de fomentar uma pecuária com mais qualidade, desde que tenha envolvimento de todos os representantes da cadeia produtiva. Para o presidente do Sindicarnes, Péricles Salazar, o Paraná tem potencial para a atividade, mas os investimentos industriais em plantas modernas estão condicionadas a mais investimentos dos produtores. Salazar defendeu a necessidade de se estabelecer planos com visão de longo prazo e não com a visão imediatista de lucros.

O representante da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) Ronei Volpi disse que a instituição está empenhada em convencer os pecuaristas paranaenses a trabalharem com a produção de carnes da mesma forma que trabalham com a produção de grãos, pensando nos níveis médios de preço e não com base em picos de preço no mercado.

Segundo Volpi, a cadeia produtiva deve se organizar para o mercado interno. “Antes, a gente tinha mercado que pagava melhor na Europa. Hoje, temos o mercado interno que paga melhor, mas também exige qualidade na produção”, justificou.

CITRICULTURA – Outro assunto debatido no Conesa foi o alerta feito pela Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) para a ameaça de pragas quarentenárias que limitam o comércio interestadual de produtos cítricos. O engenheiro agrônomo Marcílio Martins Araújo, gerente de sanidade vegetal da Adapar, disse que há possibilidade da expansão da Doença de Greening (HLB), para regiões de citricultura com baixa tecnologia como o Sudoeste e o Vale do Ribeira.

O Paraná se destaca na produção de citros, com 2,73% da produção nacional e apresenta potencial de crescimento com a implantação de pomares de alta tecnologia nas regiões Norte e Noroeste do Estado. Nessas regiões, a Doença de Greening vem causando grande impacto entre os citricultores que estão erradicando as plantas quando percebem a presença da doença, conforme determina a legislação fitossanitária nacional. “A preocupação é quando a doença se manifestar em regiões de baixa tecnologia, onde o impacto econômico será muito grande”, alertou Araújo.

A Adapar orienta os produtores para que comprem apenas mudas de citros sadias e certificadas, fiscaliza o comércio de mudas, inibindo a venda por parte de vendedores ambulantes e monitora a aplicação de agrotóxicos que combatem o vetor da doença (psilidios).

Segundo Araújo, a proposta da Adapar é intensificar a fiscalização com o estabelecimento de barreiras volantes para impedir o trânsito ilegal de mudas clandestinas. E também contar com a colaboração de responsáveis técnicos que são treinados pela agência para fazer a inspeção nos pomares para verificação da evolução da doença e para a emissão de certificados fitossanitários de origem, mantendo a doença sobre controle no Estado.

Participaram da reunião do Conesa, o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, o diretor-presidente da Adapar, Luiz Inácio Kroetz, o presidente do Sindicarnes, Pericles Salazar, os representantes da Faep/Senar, Ronei Volpi e Antonio Poloni, o superintendente da Ocepar, Nelson Costa, o diretor presidente do Iapar, Florindo Dalberto, o diretor da Associação dos Engenheiros Agronômos do Paraná, Luiz Antonio Corrêa Lucchesi, entre outros membros.

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