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Revendas de Dourados (MS) têm queda de 40% nas vendas

O endividamento dos agricultores se reflete no comércio de insumos agrícolas nesta safra


O endividamento prolongado dos agricultores da região de Dourados (MS), causado por três safras parcialmente frustradas de soja, se reflete no comércio de insumos agrícolas nesta safra. Mesmo com a prorrogação do financiamento do custeio e dos investimentos da safra passada pelo Banco do Brasil, as vendas de adubo, sementes e defensivos caíram de 30% a 40%, segundo estimativas de empresários do setor.

A própria redução na área plantada nos principais municípios agrícolas da Grande Dourados – estimada em 5% pelo IBGE, se refletiu em menor faturamento para as revendas de insumos.

Somente no município de Dourados a previsão é de queda de 6,25% na área de soja, correspondendo a 10 mil hectares. De acordo com cálculos do agrônomo Sérgio Luiz Miranda, apenas nesta redução de lavouras deixaram de ser aplicados em torno de R$ 4 milhões em insumos básicos.

As dificuldades encontradas pelos produtores de soja em ter acesso ao crédito resultaram em queda na aplicação de fertilizantes. "Se antes ele colocava de 350 a 400 quilos por hectares nesta safra reduziu para 200 a 250. É uma queda no custo que poderá afetar a produtividade", citou Miranda.

Ele lembrou que nestes 10 mil hectares a menos outros setores serão afetados como os postos de combustíveis – que deixam de vender o óleo diesel; menor mão-de-obra; e o comércio de peças agrícolas. Outro fator que pressiona as vendas para baixo é o contrabando de defensivos do Paraguai que concorre diretamente com as empresas revendedoras da região.

A forte retração nas vendas de insumos pegou o segmento de herbicidas no contrapé, com o plantio maçico de soja transgênica, que ocupa em torno de 60% da área na região de Dourados. Essa tecnologia exige apenas uma aplicação de glifosato, se o manejo for bem-feito, em vez de três a quatro em todo o ciclo da cultura para o controle de ervas daninhas e pragas.

O agrônomo estima que o custo de produção de um hectare de soja hoje varia de R$ 600 a R$ 650, no que se refere ao custo fixo. A Embrapa Agropecuária Oeste projeta despesas em torno de R$ 950, ao computar os custos variáveis.

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