A primeira vez que estive na Amazônia foi em 1970. Saímos de São Paulo, fomos a Cuiabá e de lá a Porto Velho. Só de de Cuiabá a Porto Velho, a viagem demorou cinco dias. A BR364 não era totalmente asfaltada e não havia nenhuma ponte construída. Como era a época das águas, o ônibus atolou em vários trechos da estrada. Rondônia ainda era Território, pois só foi elevado a Estado em dezembro de 1981. Porto Velho tinha eletricidade por gerador que era desligado por volta das 20 horas. Vila de Rondônia (hoje Ji-Paraná) tinha por volta de oito mil pessoas - hoje possui 133.000 habitantes. Cacoal era um simples vilarejo, assim como Ariquemes.
De 1974 a 1976, fui Coordenador da Área da Amazônia pelo CENAFOR, um organismo do MEC que mantinha um projeto da ONU/PNUD/OIT - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento/Organização Internacional do Trabalho, da ONU. Na ocasião desenvolvemos barcos-escola e percorremos os 26 municípios ribeirinhos do Estado do Amazonas., de Benjamin Constant até Almerim e Caracaraí, visitando aldeias e povoados.
A malária era o maior flagelo. Não havia nenhum meio de comunicação, a não ser via rádio com muita dificuldade.
Na região de São Gabriel da Cachoeira, as rádios transmitiam em espanhol e inglês. Não havia rádios brasileiras.
Na ocasião fizemos vários trabalhos com o INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - fundado em 1952.
Depois dessas estadas mais longas, tive a chance de voltar inúmeras vezes para a região, especialmente Manaus, Santarém, Itaituba e outras cidades.
Agora, em setembro de 2019, tive o prazer de visitar o Pará e o Amapá, justamente em meio a denúncias de grandes queimadas e destruição da floresta. Tive a chance de voar por quatro horas de jato sobre a Floresta e não vi nenhuma queimada e constatei com os órgãos locais uma preocupação com o respeito e manejo racional da floresta.
Fiquei igualmente impressionado com a pujança das cidades que hoje propiciam uma qualidade de vida a seus moradores, inimaginável nos anos 70 do século passado.
A Amazônia Legal correspondente a cerca de 61% do território brasileiro, com uma população de 12,32% do total de habitantes do Brasil. Lá se encontra o maior aquífero do mundo - o Alter do Chão - que tem água subterrânea que poderia abastecer o planeta durante 250 anos. O bioma Amazônia, corresponde a 1/3 das florestas tropicais úmidas do planeta, detém a mais elevada biodiversidade, o maior banco genético e 1/5 da disponibilidade mundial de água potável.
É, portanto, uma das mais ricas regiões da Terra.
A Amazônia é brasileira e são poucos os brasileiros que a visitam, que a conhecem.
Hoje quero fazer um pedido insistente para que você, brasileiro, conheça a Amazônia, viaje para a região e veja, com seus próprios olhos, um Brasil rico, pujante, preservado e único.
Pense nisso. Sucesso!