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Rigotto defende medidas para viabilizar comércio de produtos agrícolas


Em palestra no Seminário Agricultura Brasileira: Agronegócios e Exportações, no Hotel Maksoud Plaza, na manhã desta quinta-feira (24-02), em São Paulo, o governador Germano Rigotto alertou para os prejuízos causados pela valorização exagerada do real frente ao dólar, dificultando a comercialização dos produtos do setor primário. Rigotto cobrou atuação do governo federal no câmbio e medidas compensatórias para o agronegócio, a serem incluídas no pacote que está em elaboração em Brasília, entre o Ministério da Agricultura e a área econômica. "O governo tem que ser rápido na implantação das medidas compensatórias, que devem contemplar também o enfrentamento da concorrência desleal de produtos da Argentina e do Uruguai", afirmou.

Segundo o governador, uma máquina agrícola na Argentina custa até 40% a menos que no Brasil, o que aumenta custos e prejudica a competitividade brasileira. Por isso, o Brasil deveria levar o tema à mesa de negociações do sistema de cotas discutido entre os dois países. "Continuamos empenhados em que a Tarifa Externa Comum (TEC) seja elevada como forma de proteger o produtor nacional da competição de outros países, onde são praticados imensos subsídios. Também consideramos que uma política de quotas para as aquisições dentro do Mercosul resguardaria nossos interesses", disse.

Na questão do câmbio, o governador gaúcho lembrou que os produtores compraram insumos no ano passado, quando o dólar estava a R$ 3,20, e estão comercializando agora, a R$ 2,60. Nos próximos três meses, mantendo-se a relação entre as moedas, a valorização do real deve repercutir na balança comercial, afetando o superávit, assinalou Rigotto. Nesse caso, os prejuízos iriam além das perdas registradas pelos exportadores, e comprometeriam outros indicadores macroeconômicos do país, como os índices de inflação e o risco-país. Com o câmbio em patamares mais elevados, o superávit cresceria e os dois índices teriam reduções maiores.

Aftosa:

Germano Rigotto também voltou a defender uma situação igual entre os estados na vacinação contra febre aftosa. Salientou que a situação atual, quando apenas um estado é certificado como zona livre de aftosa sem vacinação, compromete a exportação e a sanidade dos rebanhos bovinos das demais unidades da federação. "Não pode haver ilhas no país, em que estados são privilegiados por não vacinar", disse. Para Rigotto, o Brasil, que já tem o maior rebanho comercial do mundo, com 170 milhões de cabeças, deverá tornar-se também o maior exportador, título hoje detido pela Austrália, que tem apenas 28 milhões de cabeças.

A mudança pode acontecer com o fim dos subsídios dados, especialmente pelos, países da União Européia. "Ocorrendo uma redução dos subsídios, as barreiras à carne brasileira podem ser mais facilmente vencidas. No mercado interno, a implantação de programa voltados à erradicação das carências alimentares tenderão a provocar crescimento do consumo de alimentos pela população e, dentre eles, da carne. O cenário futuro, portanto, é favorável", analisou.

Rigotto também apresentou um panorama do setor primário no Rio Grande do Sul. Na soja, destacou que, apesar da estiagem, o Estado deverá responder por 13% da safra nacional. No RS, algo como 140 mil estabelecimentos rurais plantam soja, sendo que 90% desses estabelecimentos têm menos de 50 hectares. Queremos manter nossa competitividade, difundindo e incentivando práticas que diminuam o custo de produção e aumentem a produtividade", citou. No arroz, destacou que o Irga trabalha junto aos produtores para aumentar a produtividade da área plantada. em mais uma tonelada por hectare em curto prazo. "Com isso, o mercado nacional estará abastecido inteiramente e as importações se tornarão desnecessárias", projetou.

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