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Roberto Rodrigues alerta: “é preciso ter um comportamento cooperativista”

.“Não adianta saber das leis e dos valores do cooperativismo, é necessário ter comportamento cooperativista”


Em sua palestra no Fórum de Dirigentes do Cooperativismo Leiteiro, Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e atual presidente do Conselho Superior de Agronegócio da Fiesp, falou sobre o potencial agrícola do Brasil, a deficiência das políticas públicas e a importância do cooperativismo. “A oferta não acompanha a crescente demanda de alimentos no mundo”, começou o ex-ministro da Agricultura, apontando o Brasil como o grande celeiro do mundo.

“Nenhum país fez uma revolução tecnológica no campo como o nosso; o Brasil tem aumentado constantemente as exportações agrícolas, diversificando os produtos e os destinos; e temos terras e gente disponíveis para ampliar muito mais o plantio”, ressaltou Rodrigues, destacando também o rejuvenescimento dos produtores agrícolas. “Os jovens estão aprendendo a tocar como empresários as lavouras dos pais, sem precisar da presença constante no campo”, disse ele.

“Só não somos melhores por problemas de efetivação das políticas públicas e pela grande resistência ao Brasil agrícola lá fora”, continuou Rodrigues, afirmando que os países não diminuem o protecionismo rural com medo do Brasil ganhar mais mercado ainda. Sobre política agrícola, o ex-ministro foi categórico: “temos, sim, política agrícola; o problema é que os instrumentos para efetivá-la estão espalhados por vários ministérios, que não se conversam”.

Rodrigues alertou também os dirigentes cooperativistas. “Temos um instrumento muito importante para corrigir o social por meio do econômico. O problema é que os dirigentes um tem ciúme do outro, e os discursos e iniciativas que realmente interessam não ecoam. Nosso lobby desunido não convence o governo”, disse Rodrigues, com a experiência de quem já conduziu várias entidades de representação das cooperativas, no Brasil e no exterior.

Para a produção de leite, Rodrigues disse que são necessárias tecnologia, escala e agregação de valor, e tudo sob uma gestão adequada. “Isso só é possível por intermédio de cooperativas”, salientou ele, concluindo que os cooperativistas ainda não sabem a força que têm.“Não adianta saber das leis e dos valores do cooperativismo, é necessário ter comportamento cooperativista”, acrescentou Rodrigues.

Agricultura familiar – Após a palestra do ex-ministro, o diretor de Geração de Renda e Agregação de Valor da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Arnoldo de Campos, apresentou aos participantes os programas de apoio às cooperativas de agricultores familiares produtores de leite. O fórum terminou com as falas do coordenador da Câmara de Leite OCB/CBCL, Vicente Nogueira, e do presidente da Coonai, Eduardo Freitas, e com um jantar de confraternização.

O II Encontro Estadual de Produtores de Leite também teve, na quarta-feira, 8, a palestra ‘O futuro da atividade leiteira’, proferida pelo presidente da Itambé, Jacques Gontijo; com depoimentos de casos de sucesso na produção leiteira; a entrega do prêmio ‘Produtividade com Qualidade’ e a realização do Circuito Tecnológico da Pecuária Leiteira. (Fonte: Ocesp)

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