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Roberto Rodrigues salienta que exportação e mercado interno são prioridades


O abastecimento interno e as exportações são duas prioridades do novo governo federal, conforme o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Durante a cerimônia de passagem do cargo, ontem, ele disse que o programa "Fome Zero" deve alavancar a produção nacional e a geração de empregos.

Roberto Rodrigues falou ainda que o governo federal vai investir em políticas de garantia de renda, no trabalho junto à iniciativa privada e nas negociações internacionais. Segundo o ministro da agricultura, o governo federal deverá intensificar a aproximação entre o ministério e os produtores rurais, modernizar os processos técnicos e administrativos e criar a Ouvidoria da Agricultura.

Grande desafio

O ministro destacou que o novo governo tem um grande desafio: reduzir a vulnerabilidade social e externa, que estariam segurando o avanço do País rumo ao desenvolvimento sustentado. No caso externo, a solução seria aumentar as exportações, somente possível através da redução dos subsídios agrícolas.

Novos mercados

"Os países ricos podem pagar para não produzir. Nós precisamos produzir para pagar nossas dívidas interna, externa e social", disse Roberto Rodrigues. O combate ao protecionismo e a abertura de novos mercados também foram apontados como desafios do novo governo pelo ex-ministro da pasta, Marcus Vinícius Pratini de Moraes.

Rodrigues destacou também a importância do marketing do produto brasileiro. Outra prioridade será cuidar de questões ligadas à sanidade animal e vegetal, "condições básicas para a inserção mundial, com rastreabilidade e certificação de alimentos". O novo ministro defendeu ainda investimentos para a agregação de valor, comercialização e na pesquisa para a agricultura familiar.

Pratini de Moraes disse ao transmitir o cargo a Rodrigues que estava feliz em entregar o ministério, depois de 1.262 dias no poder, com a auto-estima do agricultor renovada. Moraes salientou ainda o crescimento da produção brasileira de grãos, em mais de 70%, nos últimos dez anos, fruto do trabalho de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Pratini de Moraes pediu para que o ministro da Fazenda apóie o setor, aumentando os recursos para o financiamento da agropecuária.

Para o secretário-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Ênio Marques, com Roberto Rodrigues na Agricultura e Luiz Fernando Furlan na pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o agronegócio terá força no novo governo. Ele acredita ainda que haverá o fortalecimento das entidades de classe e das negociações internacionais. "Os próximos três anos serão decisivos para definir o que o Brasil será em 20 anos", afirmou.

Macel Caixeta, presidente da comissão de grãos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), espera que no governo Lula seja aprovada a lei que concede subsídio ao seguro rural, bem como ampliados os recursos para o financiamento agrícola. "O programa ‘Fome Zero’ é ideal para a agricultura e para a pecuária", disse.

Cerimônia prestigiada

A cerimônia de transmissão de cargo foi prestigiada por mais de 500 pessoas, entre embaixadores e representantes de governo de 15 países, além de entidades de classes, parlamentares e dos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan; da Fazenda, Antônio Palocci; e dos secretários de Segurança Alimentar, José Graziano da Silva, e da Aquicultura e Pesca, José Fritsch.

O novo ministro, com 60 anos, 40 dos quais dedicados aos à militância na agropecuária brasileira e internacional, tem a aprovação de praticamente todos os elos das cadeias do agronegócio do País. Além disso, também tem o apoio de principais lideranças do setor rural.

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