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Rodada Doha pode ser concluída no início de 2008

Rodada pode ser concluída até o início de 2008 se, neste primeiro semestre, for feito um "esforço adicional"


O diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Pascal Lamy, disse nesta sexta-feira (23-02) que a Rodada Doha de negociações para liberalização do comércio mundial pode ser concluída até o início de 2008 se, neste primeiro semestre, for feito um "esforço adicional".

"Este é o melhor momento para avançarmos", disse Lamy. "Depois de um período de suspensão, os motores da negociações estão funcionando de novo (...) Com um esforço adicional, uma conclusão será factível."

Lamy disse a abertura dos "estágios finais" da rodada é "uma questão de meses, e não de trimestres". Ele enfatizou, no entanto, que o progresso em diversas áreas, principalmente na de subsídios e tarifas no setor agrícola dos países desenvolvidos, precisa continuar.

"Todas as partes precisam fazer uma contribuição maior, a começar pela agricultura (...) Se queremos chegar a um resultado, todos têm de se mexer", disse Lamy. "A ninguém deveria ser pedido compromissos desproporcionais. Cada país terá de fazer sua contribuição, com os maiores membros contribuindo mais que os menores e mais fracos."

O impasse entre os países em desenvolvimento e os países desenvolvidos levou à paralisação nas negociações em julho do ano passado. Os primeiros querem cortes de tarifas sobre suas exportações agrícolas e de subsídios para os agricultores dos países desenvolvidos; estes, por sua vez, querem mais abertura nos setores industrial e de serviços dos países emergentes.

Se não houver um "passo adiante", disse o diretor da OMC, a rodada corre o risco de fracassar. Essa seria uma má notícia para todos, disse, porque "o que está em cima da mesa agora passaria a não valer nada" e causaria um grave retrocesso no sistema multilateral de comércio. As atuais negociações de liberação comercial começaram em 2001 em Doha (Qatar) e deveriam ter sido concluídas em 2004.

Lamy participou de um evento na Câmara de Comércio das Filipinas, em Manila (capital do país). Um grupo de manifestantes formado por membros de organizações de agricultores filipinos protestou em frente ao local do evento. O porta-voz da Federação Nacional dos Camponeses, René Cerilla, disse que a OMC deveria ajudar os agricultores do país a convencer o governo filipino a conceder subsídios.

"Queremos o mesmo tratamento [que recebem os agricultores europeus e americanos] e que [o governo] impeça a entrada de produtos concorrentes estrangeiros, porque isso desgasta nossa força de trabalho e leva milhões de filipinos a abandonar [a agricultura] para sustentar suas famílias", disse Cerilla à agência de notícias Efe.

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