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Rodrigues garante escoamento da safra de soja transgênica do RS


O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse nesta segunda-feira (17-03), que a safra de soja do Rio Grande do Sul está garantida. Ele assegurou ao governador do Estado, Germano Rigotto, que a safra será comercializada de qualquer maneira e a ciência não pode ser interrompida. Além disso, afirmou que o Brasil não deve ter medo de enfrentar nenhum país do mundo na competitividade dentro do agronegócio, desde que o protecionismo dos países desenvolvidos sejam retirados. Rodrigues fez a palestra magna da 14º Fórum Nacional da Soja, parte da programação da Expodireto 2003, em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul.

O ministro destacou a alta tecnologia e a modernidade das máquinas que estão expostas na feira, bem como o atual nível da agricultura gaúcha. Roberto Rodrigues anunciou os três rumos urgentes que deverão guiar o Ministério da Agricultura daqui para a frentre: políticas públicas, organização privada e negociação internacional. Segundo Rodrigues, para que isso ocorra, "estaremos voltados também na busca de renda e sustentabilidade para o agricultor brasileiro". Ele também revelou que tem "fundadas esperanças" de que consiga efetivar o seguro rural no país ainda este ano. Dentro disso estará a proposta de renda mínima para o pequeno produtor rural, que garanta sua permanência na atividade.

No fim de sua palestra no 14º Fórum Nacional da Soja, Rodrigues destacou a safra de 112 milhões de toneladas que o Brasil deve colher este ano e as exportações de soja de US$ 7,5 bilhões, que, pela primeira vez, vão ultrapassar em valor as vendas externas do grão dos Estados Unidos. "Estamos dando claros sinais aos nossos concorrentes de que estamos avançando, e é por isso que estes criam todo o tipo de barreiras, como para o suíno, o frango, para que o Brasil não possa avançar. O dia que tivermos juro e imposto adequado, logística adequada, ninguém segura o Brasil", comemorou o ministro.

O que disse o ministro Roberto Rodrigues durante seu discurso:

• ORGANIZAÇÃO PRIVADA

O que diferencia um país desenvolvido de um sub desenvolvido é a organização de sua sociedade, revelou Rodrigues, por isso vamos trabalhar com a sociedade. Entre as metas deste ano, destaca o trabalho para a reconstrução do Conselho Nacional de Política Agrícola e a restituição do Consagro, que já está funcionando em caráter paritário, metade público, metade privado, onde cada cadeia produtiva está representada por câmaras setoriais. O objetivo é manter a harmonia e a homogeneidade de todos os elos da cadeia produtiva nacional.

• NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS

O ministro citou as negociações do Brasil junto aos Estados Unidos e à União Européia em relação à ALCA e ao Mercosul e abriu um questionamento a exemplo da situação do comércio do açúcar brasileiro com a Argentina: "Com que cara vamos negociar lá fora se aqui dentro o açúcar brasileiro, produto de grande competitividade, não está mercosulizado? Vamos revidar, criar tarifas contra o trigo argentino", disse. "O único ritmo que está tocando no Mercosul é o tango. Nós vamos fazer tocar samba também", brincou Rodrigues. Sobre a falta de milho no início do ano, que era emergencial quando Roberto Rodrigues assumiu o ministério, ele destaca a cooperação dos agricultores em aceitar as medidas propostas pelo governo para incentivar a safrinha como um dos fatores responsáveis pela solução do problema. "Temos perspectiva de safrinha de 9 milhões de toneladas este ano, o que deve garantir que o Brasil não precise importar milho este ano. A situação está resolvida", enfatiza.

• TRANSGÊNICOS

Nos próximos dias se terá a definição do instrumento jurídico pelo qual a safra gaúcha de soja trangênica escoará, revelou Roberto Rodrigues. Nos próximos dois meses quer interação do executivo e do legislativo para definir um instrumento legal que define a legislação para os transgênicos no Brasil, que não dê nenhuma dúvida sobre a questão liberando o progresso da agricultura brasileira. A próxima safra vai depender dessa franca negociação entre os dois poderes. Amanhã conversa na Câmara com cientistas, ambientalistas, parlamentares, pessoas contra e a favor para encaminhar uma rápida solução. O ministro Roberto Rodrigues deu um recado ao governador Germano Rigotto: "Conte com a posição de um agricultor progressista, que acredita que a ciência não pode ser brecada, muito menos a pesquisa. A safra sai de qualquer maneira". Sobre o problema dos armazéns que estão sendo lacrados em Passo Fundo, por conter trangênicos, a Advocacia Geral da União terá resposta nos próximos dias, disse o ministro.

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