Rodrigues pede ajuda ao setor privado - Ministro diz que ‘governo papai’ acabou e existem graves problemas no agronegócios
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, apelou ontem para que o setor privado apresente propostas para seis graves problemas que afetam o agronegócios no Brasil. Durante a abertura do 2.º Congresso Brasileiro de Agribusiness, Rodrigues argumentou que os recursos orçamentários de sua pasta são escassos, comprometendo, praticamente, os agropecuaristas a encaminhar projetos, entre outros, de “reforma agrária capitalista” e de criação de fundos para investimento em tecnologia e propaganda do setor.
“Não se trata de dividir com o setor privado a gestão da política agrícola, mas de dividir suas ações. E aí, pagar a conta é fundamental”, afirmou Rodrigues. “Não existe mais aquele governo papai, que atendia a todas as demandas. O setor privado tem de se somar ao setor público.”
Reforma agrária – Para o ministro, o Estado não tem condições de resolver sozinho o conflito no campo e precisa compartilhar a busca de soluções com o setor privado.
Tecnologia – Rodrigues propôs que o setor privado crie um fundo, até dia 4, para o desenvolvimento tecnológico.
Logística – O presidente Lula concordou com a criação de uma linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção de armazéns. Mas o setor privado também terá de buscar outros meios para investir no armazenamento.
Defesa sanitária – A estrutura do ministério, segundo o ministro, continua pequena para monitorar todas as doenças que podem afetar os rebanhos e a criação de aves e suínos, mesmo com a liberação total dos recursos destinados a essas ações.
Crédito – Na visão do ministro, o setor privado tem de participar mais das bolsas de futuros e lançar novos papéis no mercado, como forma de se financiar. Não pode mais esperar apenas pelo crédito rural e pelo auxílio do sistema bancário.
Marketing rural – A proposta é de criação de um fundo destinado a custear propagandas institucionais do setor agrícola, como meio de ressaltar a importância do setor na economia.