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RS: família colhe os frutos da diversificação

Atualmente, são 800 limoeiros que produzem cerca de 40 toneladas de fruta por ano


Foto: Divulgação

De um único limoeiro, que produz há mais de 30 anos, cerca de 500 nasceram. Fazendo o chamado enxerto, foi assim que Ângelo Hackenhaar, 40 anos, deu início ao pomar de limões na propriedade onde mora, em Vila Santa Emília, no interior de Venâncio Aires.

“É uma cultura que produz o ano inteiro, exige trato simples, poucos defensivos e pouca mão de obra”, explica Ângelo, que resolveu apostar em limoeiros depois de participar de uma especialização da Emater sobre cultivo de citros, em Montenegro.

A ideia ganhou forma há cerca de 15 anos, quando nas terras dos Hackenhaar já crescia milho, soja e laranjeiras, além da criação de suínos. Na única vez que se viu tabaco por lá, foi há mais de 60 anos, ainda nos tempos de Wilibaldo, avô de Ângelo.

Na propriedade de 18 hectares (parte é arrendada para plantio de soja e trigo), o conceito de diversificação já vinha com a geração anterior, no caso o pai, Egídio, hoje com 77 anos. Foi ele quem, no fim da década de 1980, começou a plantar laranjas para ter um incremento na renda, sustentada, até então, pela suinocultura. Mais de três décadas depois, são cerca de mil laranjeiras produzindo até 120 toneladas de fruta por ano, vendidas para uma empresa da Serra Gaúcha.

“Vejo que a diversificação é importante na parte da renda, porque não fica preso a uma só cultura. Como na agricultura tem altos e baixos dentro de qualquer cultura, de qualquer produção ou criação, se tiver uma diversificação maior, consegue manter outras fontes e, consequentemente, várias áreas de escape”, considera Hackenhaar.

Sucessão

A opção de continuar na agricultura ‘bateu forte’ no morador de Santa Emília quando ele se formou no Ensino Médio. “No início dos anos 2000, ainda era mais difícil buscar uma faculdade, financiamento para estudar, tentar outra profissão. E bem na época a empresa [Dália] ofereceu para o pai aumentar a produção de suínos. Foi ali que eu resolvi abraçar junto e decidi ficar”, relata o agricultor.

Assim, os Hackenhaar dobraram a capacidade e, ao invés do ciclo completo, mantêm apenas a fase de terminação dos suínos. Os investimentos seguiram com o passar dos anos e, no fim de 2019, construíram mais uma pocilga. Hoje são quatro chiqueirões, com capacidade para 1,3 mil animais. Além disso, a família também possui uma cota entre os associados do Condomínio Avícola Venâncio Aires, em Linha 17 de Junho.

“Acho que para um jovem ficar na agricultura, ele buscará ganhar dinheiro, claro. Mas nada se consegue sem educação e apoio da família. Isso precisa ser planejado. Eu tive muito apoio dos meus pais [Egídio e Milvida] para desenvolver o que pensei, isso foi fundamental”, destaca.

Daqui a algumas semanas, o agricultor será pai. A esposa, Clair Sausen, 39 anos, está grávida, à espera do Derick, o primeiro filho do casal que deve nascer até o fim de abril. Perguntado sobre o futuro do filho na agricultura, Ângelo Hackenhaar só deu uma certeza. “Se depender de nós, com certeza vai estudar muito e se qualificar, para não passar pelas dificuldades que meu pai passou e eu também. A gente não sabe do futuro, mas esse incentivo ele terá.”

Investimentos

Atualmente, são 800 limoeiros que produzem cerca de 40 toneladas de fruta por ano. Num futuro breve, Ângelo Hackenhaar revela que a ideia é abrir um açude para irrigar parte do pomar. Com isso, ele vai plantar mais 200 pés de limão, cuja irrigação será garantida com o novo reservatório. Outro objetivo já definido é a instalação de placas solares.

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