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RS: plantio de pitaya atrai interesse de produtores em Santa Cruz

Em Monte Alverne, biólogo cultiva 1,2 hectare e espera produzir cerca de dez toneladas na safra 2021, cuja colheita já começou


Foto: Marcel Oliveira

De sabor adocicado e com um aspecto exótico, a pitaya vem ganhando espaço nos supermercados e nas feiras rurais de Santa Cruz do Sul. Aos poucos, a cultura começa a crescer na região, e alguns produtores investem para experimentação em pequenas propriedades, e outros para a produção comercial. É o caso do biólogo equatoriano Jorge Lussio, um dos maiores produtores no município.

Desde 2017, ele mantém uma área de 1,2 hectare plantado em Linhão Antão, no interior de Monte Alverne. No pomar, possui mil pés da fruta, sendo metade da variedade de polpa roxa e a outra metade da polpa branca. Segundo ele, a terceira colheita, que teve início em janeiro e se estende até junho, com o auge entre os meses de março a abril, promete ser muito positiva: em torno de dez toneladas.

“No primeiro ano, a fruta começou a frutificar, mas tínhamos mais para o consumo próprio, e vendíamos somente para alguns conhecidos, que sabiam que estávamos cultivando essa fruta”, esclarece. “Depois, com a primeira produção comercial, foram quatro toneladas. Agora, a expectativa já é de colher em torno de dez toneladas. Para o ano que vem, imaginamos que serão 30.”

Com mercado garantido, tem a maior parte da produção sendo comercializada em um supermercado local, e o restante vendido para conhecidos, amigos e na Feira Rural.

Mesmo com a produtividade animadora – em apenas um dia da semana passada colheu 1,5 tonelada da fruta –, Lussio afirma que, por ora, não irá expandir o cultivo. “Eu planejo, sim, mas por enquanto ainda não. Os custos para fazer o processo de irrigação, se aumentar a área plantada, serão de cerca de R$ 35 mil. A planta deve ser regada uma ou duas vezes por semana, mas quando o clima está quente deve ser irrigada mais vezes. Além disso, tem a questão da infraestrutura, que envolve postes de concreto, mudas, madeira e também fertilizantes. Isso aumenta muito o valor, e agora não teria como”, frisa. As mudas plantadas na propriedade foram trazidas de Novo Hamburgo, ao custo, na época, de R$ 12,00 cada.

A pitaya, que faz parte da família dos cactos, se bem cuidada desde o cultivo até o manejo, pode durar até 20 anos, explica Lussio. “Primeiro deve ser feita uma análise do solo, depois a correção de pH, para elevar os nutrientes em nível alto; depois a fixação de postes e as madeiras. A planta responde com rapidez ao bom trato. Além das podas constantes, que permitem boa oxigenação das raízes, o uso de fertilizantes para que ela cresça e se desenvolva é fundamental”, comenta.

Por ter uma casca grossa e espinhenta, a pitaya também é chamada de fruta do dragão, pois os seus gomos se parecem com escamas. Encontrada em diversos tipos, as variedades mais consumidas são a pitaya rosa, a roxa e a branca. O sabor se assemelha ao do kiwi, porém um pouco mais adocicado, podendo ser consumida das mais diferentes formas: in natura, geleias, sorvetes, sucos e com espumante.

No entanto, Lussio observa que o melhor jeito de apreciá-la é congelada. “Você descasca ela e corta em pedaços. Depois de congelada, bate no liquidificador com um refrigerante cítrico. Fica uma delícia”, acrescenta. A fruta é rica em vitaminas, nutrientes, fósforo e minerais, entre outras propriedades.

Fruta pode ser boa fonte de renda

A planta, que se adapta muito bem em qualquer região, está tendo boa aceitação e se encaixa nos princípios da agricultura familiar do município. Com isso, muitos são os produtores que, aos poucos, estão investindo no cultivo.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar de Santa Cruz do Sul, Assilo Martins Corrêa Jr, a cultura, apesar de nova no município, já possui diversos adeptos, que plantam em pequenas áreas, mais para experimentação.

“Um levantamento e mapeamento ainda precisa ser feito para obtermos mais detalhes sobre esta cultura”, esclarece. “Atualmente, temos conhecimento de apenas dois produtores que plantam em maiores quantidades, um deles o Jorge Lussio, em Linha Antão, com 1,2 hectare, e outro em São José da Reserva, que planta 0,5 hectare.”

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