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RS deve ter crescimento de 8% na produção de leite

Estado chegou ao segundo lugar no ranking nacional, mas ainda precisa de mais matéria-prima para atender às indústrias


Segundo maior produtor de leite do país – atrás apenas de Minas Gerais –, o Rio Grande do Sul deve ter crescimento de 8% na produção neste ano e chegar a 3,2 bilhões de litros em 2009, segundo o Sindilat. Entre 2005 e 2008, o volume cresceu de 1,87 bilhão para 2,94 bilhões de litros anuais e o Estado pulou do quarto para o segundo lugar no ranking nacional. Mesmo com a captação em linha ascendente, ainda será pequena para fazer frente à capacidade das empresas que se instalam ou ampliam plantas em solo gaúcho.

Neste ano e até 2012, devem ser inauguradas unidades da Bom Gosto, em Tapejara, da Cosuel, em Arroio do Meio, e da Perdigão, em Três de Maio. De 2005 até agora, foram feitas ampliações pela Perdigão e Bom Gosto, e entraram em operação plantas da Lactivale, Italac, Nestlé, CCGL e Cosulati. Com isso, a capacidade industrial do Estado chegou a 12,3 milhões de litros por dia e, até 2012, será de 15 milhões de litros por dia. "Para atender às indústrias, a produção média ainda teria de ser aumentada de 10% a 12% até 2012 e, mesmo assim, as empresas vão trabalhar de maneira ociosa. Sou otimista quanto a este crescimento", afirma o diretor executivo do Sindilat, Darlan Palharini. Ele explica que é normal as indústrias operarem com média de 70% da capacidade; no entanto, as empresas estão funcionando abaixo desse índice, o que justifica a necessidade de aumento da produção gaúcha e a captação em Santa Catarina.

Para produzir mais, Palharini acredita que é necessário investimento em melhoria genética e alimentação para o rebanho. Ele salienta que a redução de custos é parte da fórmula para atingir esta meta. O preço médio mundial pago ao produtor é de 0,25 dólar por litro de leite, segundo o dirigente, que aponta valor médio de 0,40 dólar no Brasil. "É uma remuneração boa mas, com esse preço, não conseguimos competir no mercado internacional. Se não escoarmos, a valorização do produto cai", explica.

O presidente do Sindilat, Carlos Feijó, acrescenta que o setor registrou curvas de oferta e demanda muito altas e de maneira atípica, pois opera com base na expectativa. "O mercado externo não é comprador neste momento e isso preocupa, porque ele complementa o destino da produção." Para Feijó, a chegada de grandes empresas é positiva e confirma o Rio Grande do Sul como polo produtor de matéria-prima de qualidade. "Agora o Estado deve cobrar das empresas uma contrapartida, a confirmação de investimentos na bacia", avalia.

A Bom Gosto deve inaugurar a unidade de leite em pó de Tapejara em novembro, com quatro meses de atraso. Com aporte superior a R$ 40 milhões, a unidade tem capacidade para processar 600 mil litros por dia mas, inicialmente, opera com a metade. "Muitas empresas estão com capacidade ociosa e a produção ainda vai levar de dois a três anos para atender à demanda. Precisaria de mais 2 milhões de litros por dia."

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