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RS quer investir em milho

Setor produtivo discute possibilidades de ampliar produção e tirar a dependência de importação


Foto: Marcel Oliveira

O Rio Grande do Sul planta apenas uma safra de milho. No ciclo 19/20, foram pouco mais de 790 mil hectares, uma alta de 5% mas a produtividade ficou bem abaixo do esperado pela forte estiagem que atingiu as lavouras no começo do ano. Com isso a produção total deve ter queda de 31,8%, sendo colhidas 4 milhões de toneladas. Os dados são da Conab.

O estado demanda mais milho do que produz. Com atividade consolida em bovinos, aves e suínos consome anualmente cerca de 6,4 milhões de toneladas. Isso significa que nesta safra terá que importar mais de 2 milhões de toneladas de outros estados. Até maio deste ano, o Estado deixou de arrecadar R$ 260 milhões em ICMS por não produzir milho suficiente.  “Grande parte é trazida do centro-oeste do país, chegando a um preço bem elevado, devido ao custo com o transporte até as indústrias gaúchas”, disse o diretor de Política Agrícola e Desenvolvimento Rural da Seapdr, Ivan Bonetti.

Bonetti está a frente do Programa Pró-Milho, criado em 2019, e que almeja tornar o Rio Grande do Sul autossuficiente em milho, na relação produção/consumo. De acordo com Bonetti, diante desse fato e também da preocupação em não haver o estrangulamento de um setor tão importante, responsável por 10% do PIB estadual, entre outros motivos, foi criado o Programa Pró-Milho, que tem o objetivo de tornar o Rio Grande do Sul autossuficiente em milho.

Representantes do setor, entidades, setor de pesquisa e indústria debateram o assunto nesta quarta-feira (8) em um fórum virtual. Cerca de 500 pessoas discutiram o potencial da Metade Sul na produção do grão. A região tem grande área e solo favorável. Entre outras coisas o Pró-Milho prevê apoio à cadeia desde a produção como cuidados com o solo, irrigação até a armazenagem e comercialização. Também é avaliada a produção de milho na várzea e em sistema ILPF. 

Conforme Bonetti, somado à estiagem que reduz a disponibilidade de milho no Estado, tem-se a expectativa da evolução do status sanitário para "livre de aftosa sem vacinação", o que possibilitará mundialmente a abertura de novos parceiros comerciais para o setor de proteína animal. “Logo, precisarão de mais milho para ração dos animais e hoje as importações vem, em sua maioria, do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, distantes em cerca de 1.500 km em média do RS. Além disso, a produção do Sul do Estado estará muito próximo do Porto de Rio Grande, com vantagens competitivas na exportação”, explicou.
 

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